segunda-feira, 9 de março de 2020

- DEUS - REVELAÇÃO ORIGINAL ENTRE CONCEITOS HUMANOS E FUSÕES DE VISÕES POSTERIORES -



Deus enquanto EU SOU...O Ser que como Fonte tudo manifesta, revela e cria, esta além dos nossos mais rebuscados conceitos.
Entretanto na feitura de nossas religiões e de nossa espiritualidade é inegável que um povo que vem e domina outro das duas uma...ou impõe sua forma de sagrado ou adquire a do povo conquistado se este for mais, digamos forte culturalmente, espiritualmente e consciencialmente...

Segundo os teólogos Deus revela-se primordialmente ao humano mas com A Queda e posterior separação dos povos, esta dita " Revelação Original " vai se diluindo em diversas outras nuances quer monoteísta, dualista ou politeísta...em muitos casos há DEGENERAÇÃO da visão sobre a Revelação Original mas em outros há um acrescentar interessante de conceitos sobre esta.

Eu acredito sinceramente numa Revelação Original em priscas eras que com o passar do tempo se torna diluída e vai se assemelhando a idiossincrasia de cada povo MAS...com o passar do tempo os povos se mesclam, se conquistam, são conquistados etc... e NÃO É incomum que um povo, mesmo um conquistador, adquira em sua religião e visão sobre o sagrado algo ou muita coisa dos conquistados. O que o texto abaixo exemplifica PODE SIM ser plausível e digo mais...apesar de ser apresentado como RIVAL das deidades egípcias...YHVH mantém MUITAS características das mesmas...de ATON principalmente...mais algo de Rá, de Amóm, de Ptah e a meu ver MUITO de ....SETH...aliás...arrisco a dizer que o facto dele ser um rival das deidades egípcias tem a ver com o retorno de Seth ao cenário egípcio onde era rival de tudo e de todos; de onde liberta seu povo e o leva para o Deserto onde supostamente estava Seth na mitologia egípcia. O fato da geração do Filho de Adão, Seth... como o Deus, ser considerada a geração sagrada só reforça isto a meu ver. Mas este texto abaixo mostra como muitas das características das divindades cananeias...o povo conquistado pelo povo hebreu veio a fazer parte da visão de YHVH...APESAR de toda a suposta Revelação Original que este tenha feito a Abraão e demais patriarcas mas principalmente à Moisés! Parece que o povo em si, e até a classe sacerdotal e escritores sacros com o tempo em maior ou menor grau pegaram uma coisa ou outra dos atributos das deidades cananeias para YHVH... ou  não!? Talvez seja o oposto...estas deidades cananeias tenham estes atributos porque são em suma, o reflexo da separação das tribos humanas em passado longínquo de uma Revelação Original e o que fizeram foi, mesmo através do politeísmo manter tais características...e quando YHVH  se manifesta o que há não é uma assimilação mas uma constatação de que tudo no fundo veio e vem de um veio comum, original...ancestral e único! Ou seja; YHVH revela características e atributos das deidades cananeias porque estas características e atributos foram reveladas aos humanos em passado remoto...num contexto de divindade una, e se mantiveram em diversas visões e conceituações sobre a divindade nos anos que se seguiram à separação dos povos.



Mas creio que vale dar uma conferida no texto!


Deus bíblico pode ser fusão de vários deuses pagãos, dizem especialistas

Personalidade e atributos de Javé são compartilhados com outras divindades do Oriente.
Pai celestial El, jovem guerreiro Baal e até 'senhora' Asherah teriam sido influências.


Reinaldo José LopesDo G1, em São Paulo

A afirmação pode soar desrespeitosa para judeus ou cristãos, mas não está muito longe da verdade: Javé, o Deus do Antigo Testamento, parece ter múltiplas personalidades. Para ser mais exato, especialistas que estudam os textos bíblicos, lêem antigas inscrições encontradas nos arredores de Israel ou escavam sítios arqueólogicos estão reconhecendo a influência conjunta de diversos deuses pagãos antigos no retrato de Javé traçado pela Bíblia.

A idéia não é demonstrar que o Deus bíblico não passa de mais um personagem da mitologia. Os pesquisadores querem apenas entender como elementos comuns à cultura do antigo Oriente Próximo, e principalmente da região onde hoje ficam o estado de Israel, os territórios palestinos, o Líbano e a Síria, contribuíram para as idéias que os antigos israelitas tinham sobre os seres divinos. As conclusões ainda são preliminares, mas há bons indícios de que Javé é uma fusão entre um deus idoso e paternal e um jovem deus guerreiro, com pitadas de outras divindades – uma delas do sexo feminino


O ponto de partida dessas análises é o fundo cultural comum entre o antigo povo de Israel e seus vizinhos e adversários, os cananeus (moradores da terra de Canaã, como era chamada a região entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo em tempos antigos). A Bíblia retrata os israelitas como um povo quase totalmente distinto dos cananeus, mas os dados arqueólogicos revelam profundas semelhanças de língua, costumes e cultura material – a língua de Canaã, por exemplo, era só um dialeto um pouco diferente do hebraico bíblico.

Memórias de Ugarit

Os cananeus não deixaram para trás uma herança literária tão rica quanto a Bíblia. No entanto, poucos quilômetros ao norte de Canaã, na atual Síria, ficava a cidade-Estado de Ugarit, cuja língua e cultura eram praticamente idênticas às de seus primos do sul. Ugarit foi destruída por invasores bárbaros em 1200 a.C., mas os arqueólogos recuperaram numerosas inscrições da cidade, nas quais dá para entrever uma mitologia que apresenta semelhanças (e diferenças) impressionantes com as narrativas da Bíblia. “Por isso, Ugarit é uma parte importante do fundo cultural que, mais tarde, daria origem às tribos de Israel”, resume Christine Hayes, professora de estudos clássicos judaicos da Universidade Yale (EUA).

Uma das figuras mais proeminentes nesses textos é El – nome que quer dizer simplesmente “deus” nas antigas línguas da região, mas que também se refere a uma divindade específica, o patriarca, ou chefe de família, dos deuses. “Patriarca” é a palavra-chave: o El de Ugarit tem paralelos muito específicos com a figura de Deus durante o período patriarcal, retratado no livro do Gênesis e personificado pelos ancestrais dos israelitas: Abraão, Isaac e Jacó.

Nesses textos da Bíblia há, por exemplo, referências a El Shadday (literalmente “El da Montanha”, embora a expressão normalmente seja traduzida como “Deus Todo-Poderoso”), El Elyon (“Deus Altíssimo”) e El Olam (“Deus Eterno”). O curioso é que, na mitologia ugarítica, El também é imaginado vivendo no alto de uma montanha e visto como um ancião sábio, de vida eterna.

Tal como os patriarcas bíblicos, El é uma espécie de nômade, vivendo numa versão divina da tenda dos beduínos; e, mais importante ainda, El tem uma relação especial com os chefes dos clãs, tal como Abraão, Isaac e Jacó: eles os protege e lhes promete uma descendência numerosa. Ora, a maior parte do livro do Gênesis é o relato da amizade de Deus com os patriarcas israelitas, guiando suas migrações e fazendo a promessa solene de transformar a descendência deles num povo “mais numeroso que as estrelas do céu”.

Israel ou Isráias

Outros dados, mais circunstanciais, traçam outros elos entre o Deus do Gênesis e El: num dos trechos aparentemente mais antigos do livro bíblico, Deus é chamado pelo epíteto poético de “Touro de Jacó” (frase às vezes traduzida como “Poderoso de Jacó”), enquanto a mitologia ugarítica compara El freqüentemente a um touro. Finalmente, o próprio nome do povo escolhido – Israel, originalmente dado como alcunha ao patriarca Jacó – carrega o elemento “-el”, lembra Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP).

“É o nome do deus cananeu, mais um indício de que Israel surge dentro de Canaã, por um processo gradual”, diz Silva. Ele argumenta que, se Javé fosse desde sempre a divindade dos israelitas, o nome desse povo seria “Israías”. Isso porque o elemento adaptado como “-ías” em português (algo como -yahu) era, em hebraico, uma forma contrata do nome “Javé”. Curiosamente, o elemento se torna dominante nos chamados nomes teofóricos (ligados a uma divindade) dados a israelitas no período da monarquia, a partir dos séculos 10 a.C. e 9 a.C.

E esse nome (provavelmente Yahweh em hebraico; a sonoridade original foi obscurecida pelo costume de não pronunciar a palavra por respeito) é um enigma e tanto. As tradições bíblicas são um tanto contraditórias, mas pelo menos uma fonte das Escrituras afirma que Javé só deu a conhecer seu verdadeiro nome aos israelitas quando convocou Moisés para ser seu profeta e arrancar os descendentes de Jacó da escravidão no Egito. (A Moisés, Deus diz que apareceu a Abraão, Isaac e Jacó como “El Shadday”.) O problema é que ninguém sabe qual a origem de Javé, o qual nunca parece ter sido uma divindade cananéia, exatamente como diz o autor bíblico.

Senhor do Deserto

A esmagadora maioria dos arqueólogos e historiadores modernos não coloca suas fichas no Êxodo maciço de 600 mil israelitas (sem contar mulheres e crianças) do Egito, por dois motivos: a semelhança entre Israel e os cananeus e a falta de qualquer indício direto da fuga. Mas muitos supõem que um pequeno componente dos grupos que se juntaram para formar a nação israelita tenha sido formado por adoradores de Javé, que acabaram popularizando o culto. Quem seriam esses primeiros javistas? Uma pista pode vir de alguns documentos egípcios, que os chamam de Shasu – algo como “nômades” ou “beduínos”.

“Duas ou três inscrições egípcias mencionam um lugar chamado 'Yhwh dos Shasu', o que, para alguns especialistas, parece ser 'Javé dos Shasu'. Talvez sim, talvez não. Não temos como saber ao certo”, diz Mark S. Smith, pesquisador da Universidade de Nova York e autor do livro “The Early History of God” (“A História Antiga de Deus”, ainda sem tradução para o português).

“É menos provável que o culto a Javé venha de dentro da Palestina e da Síria, e um pouco mais plausível que ele tenha se originado em certas regiões da Arábia”, diz Airton da Silva. Mark Smith lembra que algumas das passagens poéticas consideradas as mais antigas da Bíblia – nos livros dos Juízes e nos Salmos, por exemplo – referem-se ao “lar” de Javé em locais denominados “Teiman” ou “Paran”. Aparentemente, são áreas desérticas, apropriadas para a vida de nomadismo. “Muitos especialistas localizam essa região no que seria o noroeste da atual Arábia Saudita, ao sul da antiga Judá [parte mais meridional dos territórios israelitas]”, diz Smith.




Guerreiro Divino

Seja como for, quando Javé entra em cena com seu “nome oficial” durante o Êxodo bíblico, a impressão que se tem é que ele já absorveu boa parte das características de um outro deus cananeu: Baal (literalmente “senhor”, “mestre” e, em certos contextos, até “marido”), um guerreiro jovem e impetuoso que acabou assumindo, na mitologia de Ugarit e da Fenícia (atual Líbano), o papel de comando que era de El.

Indícios dessa nova “personalidade” de Deus surgem no fato de que, pela primeira vez na narrativa bíblica, Javé é visto como um guerreiro, destruindo os “carros de guerra e cavaleiros” do Faraó e, mais tarde, guiando as tribos de Israel à vitória durante a conquista da terra de Canaã. Tal como Baal, Javé é descrita como “cavalgando as nuvens” e “trovejando”. E, mais importante ainda, uma série de textos bíblicos falam de Deus impondo sua vontade contra os mares impetuosos (como no caso do Mar Vermelho, em que as águas engolem o exército egípcio por ordem divina) ou derrotando monstros marinhos.

Há aí uma série de semelhanças com a mitologia cananéia sobre Baal, o qual derrotou em combate o deus-monstro marinho Yamm (o nome quer dizer simplesmente “mar” em hebraico) ou “o Rio” personificado. Na mitologia do Oriente Próximo, as águas marinhas eram vistas como símbolos do caos primitivo, e por isso tinham de ser derrotadas e domadas pelos deuses.

Javé também é associado à chuva e à fertilidade da terra pelos antigos autores bíblicos – atributos que aparecem entre as funções de Baal. Há, porém, uma diferença importante entre os dois deuses: outra narrativa de Ugarit fala do assassinato de Baal pelas mãos de Mot, o deus da morte, e da ressurreição do jovem guerreiro – provavelmente uma representação mítica do ciclo das estações do ano, essencial para a agricultura, já que Baal era um deus que abençoava a lavoura.

O lado guerreiro de Javé é talvez o mais difícil de aceitar para a sensibilidade moderna: quando os israelitas realizam a conquista da terra de Canaã, a ordem dada por Deus é de simplesmente exterminar todos os habitantes, e às vezes até os animais (embora, em alguns casos, os homens de Israel recebam permissão para transformar as mulheres do inimigo em concubinas).

Textos de outra nação da área, os moabitas (habitantes de Moab, a leste do Jordão) ajudam a lançar luz sobre esse costume aparentemente bárbaro. Um monumento de pedra conhecido como a estela de Mesa (nome de um rei de Moab em meados do século 9 a.C.) fala, ironicamente, de uma guerra de Mesa com Israel na qual o rei moabita, por ordem de seu deus, Chemosh, decreta o herem, ou “interdito”. E o herem nada mais é que a execução de todos os prisioneiros inimigos como um ato sagrado. Tratava-se, portanto, de um elemento cultural de toda a região.




Lado Feminino

Se a “múltipla personalidade” de Javé pode ser basicamente descrita como uma combinação de El e Baal, há uma influência mais sutil, mas também perceptível, de um elemento feminino: a deusa da fertilidade Asherah, originalmente a esposa de Baal na mitologia cananéia. Normalmente, Deus se comporta de forma masculina na Bíblia, e a linguagem utilizada para falar de sua relação com os israelitas é, muitas vezes, a de um marido (Deus) e a esposa (o povo de Israel). Mas o livro bíblico dos Provérbios, bem como alguns outras fontes israelitas, apresenta a figura da Sabedoria personificada, uma espécie de “auxiliar” ou “primeira criatura” de Deus que o teria auxiliado na obra da criação do mundo.

Segundo o texto dos Provérbios, Deus “se deleita” com a Sabedoria e a usa para inspirar atos sábios nos seres humanos. Para muitos pesquisadores, a figura da Sabedoria incorpora aspectos da antiga Asherah na maneira como os antigos israelitas viam Deus, criando uma espécie de tensão: embora o próprio Deus não seja descrito como feminino, haveria uma complementaridade entre ele e sua principal auxiliar.

http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL652419-9982,00-DEUS+BIBLICO+PODE+SER+FUSAO+DE+VARIOS+DEUSES+PAGAOS+DIZEM+ESPECIALISTAS.html




Sincretismo religioso não é algo só judaico...se o foi!


Vejam o exemplo do cristianismo!

Supostamente Cristo veio CUMPRIR em si a LEI HEBRAICA, que seria uma suposta Revelação Original sobre Deus...muito bem...como vimos, apesar desta compreensão o texto acima mostra similaridades gritantes entre conceituações, visões, características e atributos de YHVH com deidades cananeias...e eu como disse acima, NÃO ACHO ISTO NADA INAPROPRIADO, NEM APROPRIAÇÃO POIS ANTES DA REVELAÇÃO MOSAICA HOUVE A MEU VER UMA REVELAÇÃO ORIGINAL DA DEIDADE AOS PRIMEIROS HUMANOS...e expliquei como a diluição disto pode se ter dado após a tal "confusão das línguas" e separação dos povos! Enfim....todos levaram para todas as partes do mundo o conceito da Visão Original mas com o tempo, novas visões se acrescentaram a estas; algumas boas, outra nem tanto e outras realmente maléficas a meu ver(sacrifícios humanos por exemplo),  que fizeram a diferença entre estas MAS...a um(a) observador(a) atento(a) como HPB ou um Steiner...vê-se claramente o veio oculto, de uma Revelação Original, no cerne de TODAS elas!

Voltando ao cristianismo...este supostamente é uma Nova Revelação sobre o judaísmo, um digamos, CUMPRIMENTO deste MAS...basta ler as epístolas de Paulo para ver que muitos conceitos ali, não eram diferentes das religiões de mistérios gregas por exemplo. Ou que o evangelho de João é Gnose pura! E mais, com o tempo a Igreja foi assimilando em seus cultos coisas do paganismo como construir santuários em locais de antigos cultos pagãos(principalmente da Mãe Negra e que se tornaram nos futuros santuários marianos), a visão da Mãe Divina, ainda que não explicitamente vista como Deusa, os santos e santas e seus atributos semi-divinos em substituição aos deuses e os seus, as festividades cristãs em datas de festividades pagãs, com o significado destas atribuídos agora ao Cristo e a tudo que se relacionava à nova Religião...Enfim...nada diferente do que se viu EM TODA História Humana! Até o islamismo que aparentemente parece mais hermético, trás em si coisas do judaísmo e do cristianismo...e talvez até de outras, dependendo das regiões onde ele se propagou...isto não apaga nem um pouco a ideia central dele de que ALÁ é o único Deus! Como nada apaga a ideia central do cristianismo de que Deus é Um em Três e que a figura de Jesus Cristo, O Filho desta Trindade, é o Salvador do Mundo! Ou a do judaísmo de que YHVH é o único Deus e a Torah sua Grande Revelação!

Bem é isto!

Paz e Bem

Valter Luis 



VÍDEOS SAGRADOS

A HISTÓRIA DE DEUS




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