Sessão... nunca deixe de ver um clássico... filmes essenciais...
- BRAM STOKER’S DRÁCULA/DRÁCULA DE BRAM STOKER- EUA - 1992 - Obra Prima Clássica - nota 10+ - ***** -
31 de Outubro dia das bruxas, Halloween... estou a ver filmes temáticos. Vi nesta madrugada... Nocturne bom drama neste sentido no Prime Vídeo. E agora acabei de ver ou melhor... rever pela 4 vez, Drácula de Bram Stoker, o mergulho de mestre Coppola no universo do terror da literatura gótica do século 19.
Se continuar no ritmo pretendo ainda rever hoje pela terceira vez, O Iluminado de Kubrick e pela sexta vez O último Portal (nono em Portugal) de Polanski.
Aqui, sem usar artifícios tecnológicos muito avançados na época, preferindo efeitos especiais mais básicos, Coppola da uma aula de cinema; de como adaptar e BEM um mega-clássico, uma obra prima da literatura... O Drácula de Bram Stoker, que forma com O Frankeinstein de Mary Shelley, Doutor Jakyll e Mister Hyde de Robert Louis Stevenson e O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde o suprassumo do sumo da literatura gótica do século 19. Apesar de Drácula, Dorian e Jakyll & Hyde serem listadas oficialmente como “a persistência” do gótico, se tornaram mais célebres contudo, junto com Frankeinstein...esta sim da época de maior efervescência, que obras do maior pico do movimento em si.
Coppola nos entrega uma obra que se propõe ser a mais fiel adaptação do romance em si, até então feita. E creio que conseguiu. Inclusive até hoje, mais de 28 anos depois penso que mantém este título. Aliás, Coppola consegue a meu ver fazer não só o mais fiel e melhor filme sobre a obra original mas sobre o personagem em si, sobre a temática vampírica e de todas as adaptações do universo da literatura gótica atingindo a meta de ser um dos 10 melhores filmes de terror de todos oa tempos!
E sabe quando vim a perceber isto? A aceitar este consenso? Somente depois da terceira vez que vi a obra a uns 10 anos atrás. Antes disto pensava um pouquinho diferente. Gostava da obra, achava-a um filme excelente mas sem arroubos. Vi a primeira vez no cinema, em Janeiro de 1993, em boa companhia... Oi Eneida! Como estais minha linda! Depois vi no DVD em 1998... mas somente passados 12 anos, em 2010, me rendi, e assinei embaixo de fãs e grande parte da crítica especializada de que este filme é uma obra prima!
Coppola contudo prefere o terror sutil, mais para o suspense...e privilegia sobretudo o romance...
SIM!
Sobretudo a obra de Stoker é um trágico romance!
O eterno, perene amor de Vlad por sua mulher morta tão tragicamente, ao suicidar-se depois de receber falsa informação sobre sua morte em campo de batalha, e ao lhe ser recusado o enterro cristão, penetra e cala profundamente na mente e no coração de quem vê. Drácula é um dos elementos mais trágicos da literatura e não é definitivamente o vilão de outras adaptações. É sobretudo um anti-herói. Um ser atormentado!
Em verdade dois são seus grandes amores...
Deus e sua mulher...
Ao perder a segunda e se sentir traido pelo primeiro o príncipe guerreiro pira de vez. Como um Satan(e não vendendo a alma a este como muitos supõem) ele se torna num inimigo do Ser que outrora devotara todo seu amor. Com isto é amaldiçoado por sua própria consciência separada agora do divino em si a ser um morto vivo...
Coppola apresenta seu vampiro como uma verdadeira força da Natureza... senhor dos animais da noite e alguns tidos como os mais abjetos, ele também comanda ventos, chuvas, tempestades, penetra nas mentes, domina-as e além de cão e lobo seu vampiro é também um outro mítico ser da literatura gótica... O lobisomem! Drácula enfim é vampiro, lobisomem, um demônio, um mago negro, uma força caótica da Natureza ... é tudo o que o reverso da medalha diz sobre o Príncipe das Trevas!
Drácula... magistralmente interpretado por Gary Oldman vai sutilmente tecendo sua teia para reconquistar seu amor, que sente estar reencarnado novamente, agora na Inglaterra. Para isto atrai até si o noivo desta, Harker, até seu castelo; o faz prisioneiro e parte de forma que somente um lord das trevas pode fazer para Londres, em busca de Mina. Lá Drácula revela contudo seu lado mais insidioso ao transformar por puro prazer em ser mau, a melhor amiga de Mina, Lucy, em uma cria das trevas.
Surge então para combate-lo aquele que no romance original e em outras obras posteriores, principalmente filmes se transformou em sua nêmesis; Van Hensing! E o filme chega ao seu climax com Vlad tendo uma morte redentora nos braços de sua amada. Ali, arrepende-se de tudo o que fez... Mina o beija liberando amor e perdão... ele se transforma de monstro em homem... percebesse perdoado... lança um último olhar súplice à cruz e morre. Deus o recebera de volta! E com ele morrem as marcas de sua maldição em Mina e no mundo! O filme termina focando na belíssima representação do casal no teto da igreja.
O AMOR nas palavras finais de Mina...venceu A MORTE!!!
Diretor:
Francis Ford Coppola
Roteiro:
James V. Hart
Obra:
Bram Stoker
Música:
Wojciech Kilar e
canção cantada por
Annie Lennox.
Elenco:
Gary Oldman com Vlad Drácula
Wynona Rider como Mina Harker
Anthony Hopkins como Van Hensing
Keanu Reeves como Jonathan Harker
Sadie Frost como Lucy Westenra
Tom Waits como Reinfield
Richard E. Grant como Jon Seward
Cary Elwes como Arthur Holmwood
Billy Campbell como Quincey Morris
Monica Belucci como Noiva de Drácula
Pax et Lux
Valter Luís Taliesin
Video
Trilha do filme
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