sábado, 24 de julho de 2021

- CURSED - A SUBVERSÃO DO MITO ARTURIANO QUE FLOPOU -

 Este texto foi escrito a exatamente um ano, quando da estreia desta série na grade da Netflix. Um ano depois parece que não fui só eu que torci o nariz não. Muitos o fizeram e tudo indica, a série não fez sucesso e não será renovada. Uma pena, gosto muito desta temática e um pouco mais de cuidado com as liberdades apresentadas talvez pudesse dar outro destino. O problema não é a ousadia criativa aqui ou ali, coisas pontuais, isto até acho interessante; é a completa descaracterização não de um mito que nem todos tem por factível, mas da história conhecida e da cultura daqueles tempos e sociedade como um todo. Vamos ao texto.

Valter Luis (Taliesin)

CURSED - série Netflix 

Um dos criadores é o lendário Frank Miller( as Hqs Batman: Cavaleiro das Trevas, 300 , Demolidor: A queda de Murdoch, Elektra Assassina e no cinema os filmes... Sin City) a proposta contudo tremendamente ousada... uma história da era do rei Arthur onde ele é mulato, Morgana mulata... eles não são filhos de Ilgraine(ela seria avó deles) e ele não o é de Uther, Merlin um pouco escroto, Uther Pendragon um almofadinha e uma diversidade racial e social bem diferente do que supomos numa Grã Bretanha celta... aliás anglo-saxã já que numa das falas de Merlin ele deixa transparecer no quarto episódio que a série se passa... depois de Carlos Magno(???)

Mas...

Não sei...

Acho que a ousadia temática foi longe demais... apesar de boa desenvoltura de ação estes elementos sócio-culturais-raciais pesaram um pouco contra... afinal os celtas eram celtas e ponto... transferir nossas questões PERTINENTES para outras épocas distantes onde a visão era bem outra acho nada certo, perde-se o contexto da época...havia negros e asiáticos como a série mostra em profusão na Grã-Bretanha naquele tempo? NÃO! Mas creio, havia em quantidade muito menor, pois ao invadir a ilha em torno de 48 DC, 400 anos antes de Arthur, Roma o fez com exército e com pessoas de diversas etnias que lá ficaram por muito tempo, até mesclaram-se aos autóctones mas...limitados às cidades construídas pelos romanos... mas...Arthur é um herói celta, não estandarte da diversidade racial e nem pertence aos tardios tempos anglos a se crer na fala de Merlin e no fato dos paladinos vermelhos representarem o Sacro Império Romano de Carlos Magno que mesmo pela contagem mais liberal teria nascido uns 160 anos após a morte de Arthur(pela mais comum seria uns 260). Outra liberdade aliás é trazer a inquisição para a era de Carlos Magno ou seja; 400 anos antes de quando está começou no século XII.

Ao centrar o tema em Nimuhê poderíamos ter coisas novas mas ao invés de vê-la como a dama do lago(preferem-na à Viviane )a série a enxerga como a potencial grande rainha... e Arthur fica de escanteio... com certeza vão tentar remendar mais à frente. Os feéricos refletem na série a MESMA diversidade racial das comunidades humanas e até mais... tem negros, mestiços, asiáticos, médio-oriental e umas pessoas que arrisco, parecem pele vermelhas(reparem na feição de alguns sacerdotes no ritual do capítulo um, em torno da mãe de Nimuhê)...mas espera lá... eles, os feéricos eram... povos mágicos dos celtas... da cultura deles, que nem com os humanos celtas se misturavam...quiçá com outros povos… o mais natural era ter uma aparência completamente outra que de qualquer humano…daí...complicado...


Enfim... não gostei muito não... nota 5... pelo esforço de Katherine Langford a Nimuhê e de Gustav Skarsgard o Merlin(o impagável Floki de Vikings)...

Pax et Lux

Valter Luis (Taliesin)

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