Fada sem eira e nem beira...
Caiu no mundo advinda de dimensões sublimes...
Se perdeu na vida, esqueceu quem era...
Meu Deus foi só uma escorregadela!
E lá vem a fadinha ladeira abaixo cá no nosso mundo dar!
E como deu a pobre fadinha!
Aqui esquecida, pura amnésia, sem sentido ou direção varou e vagueou de vida em vida, nascia e morria qual uma humana alma mas dentro de si sempre pulsou o coração de fada, vibrou a alma de fada, de ser multidimensional, de outros mundos que sempre foi...
Em algumas de suas vidas até 'emputanhou-se' perdeu-se totalmente nos sentidos, vendeu-se ao prazer, ao gozo do corpo pois sentia
que algo lhe faltava mas não atinava com o que poderia ser.
Noutras vidas apareceu como algoz, a vamp devoradora que nada nem ninguém perdoava, uma viúva negra que parecia descontar nos humanos a secreta desdita de sua fagulha/fada oculta dentro de si.
Se foi homem algum dia, em alguma vida, fez questão de esquecer pois mais que tudo sempre se sentiu uma fada, uma fadinha, delicada e doce ainda que, como foi dito, em uma ou outra vida fel e amargura descarregou qual um rio de lágrimas oculto e revolto contra a vida e os viventes, pois na hora da lucidez se pegava com o rosto molhado
e chorando; pois sentia todo o circulo vicioso em torno de si e das coisas ruins que principalmente de si partia aos outros.
Cansou e passou de vida em vida a vir com objetivo e coisas definidas, em cada uma delas ajudando vidas a se erguer da lama ou da arrogância
tendo a experiência de tantas outras vidas e o poder oculto de fada que vez ou outra aflorava e vidas curava...assim se tornou um farol de luz no mundo.
Um belo dia porém a fadinha olhou e viu uma estrela diferente ou pelo menos foi o que os seus sentidos interiores de fada disseram ser..
Perguntou a um, perguntou a outro mas ninguém soube dizer que estrela seria aquela e pelo que percebeu nem todos, na verdade a grande maioria,
não via estrela nenhuma onde ela descrevia o que via.
Passaram-se os dias e um dia bateram em sua porta, foi abrir, era uma simpática velhinha toda sorrisos que lhe dirigia um olhar quente, belo e
inquietante...perguntou-lhe o que queria e a velhinha olhou para um lado e para outro e disse...VOCÊ FADINHA!
E foi como se escamas dos olhos caíssem...ela viu diante de si a mais bela mulher que jamais vira e atrás dela um grupo de seres estranhos,
translúcidos, lindos, num limite onde a lindeza foge de comparações e ela finalmente olhou para si mesma e se viu como de fato era.
Pegaram em suas mãos e alçaram vôo rumo a estrela que tanto lhe chamara a atenção... enquanto subia ela sentia dois luminosos pontos de agua brilharem em seus olhos e descerem face abaixo mas agora sentia...era de pura felicidade pois o exílio terminará e voltava para casa!
E agora sabia tanto, tanta coisa que até suas irmãs e irmãos compreenderam que na verdade seu escorregão foi sim um sopro da Providência para que nascesse humana e aqui vivesse para tornar uma coisa nova, diferente de qualquer coisa que até então tenha existido no mundo das fadas ou no mundo dos humanos.
Não era mais fada ou humana era um ser acima de conceituações e definições...e foi assim que a partir de si abriu caminho para algo interessante; um intercâmbio de almas, tanto de fadas quanto humanas nascer num ou no outro mundo para recriarem a si mesmas e os mundos dentro de mundos em todas as dimensões do Ser!
FOREVER!
Valter Luis (Taliesin)
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