segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

- DON’T LOOK UP/NÃO OLHE PARA CIMA - O MUNDO LOUCO DA NEURA MAIS ABSURDA E PATÉTICA -

 - DON’T LOOK UP/NÃO OLHE PARA CIMA - EUA - 2021 - NETFLIX  - Nota 10+ 🌟🌟🌟🌟🌟 - 


O que aconteceria REALMENTE na Terra se fosse provado incontestavelmente que um cometa de proporções homéricas estivesse a vir para chocar-se com o planeta com resultados determinantes de extinção global total?! 


Bem, este filme de Adam McKay(diretor e produtor)  feito em parceria com a Netflix e com um elenco, liderado por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence simplesmente inacreditável (Meryl Streep, Cate Blanchett, Jonah Hill, Timotée Chalamet, Tyler Perry, Ariana Grande, Mark Rylance, Rob Morgan, Melanie Lynskey, Ron Pearlman, Scott Mescudi, Tomer Sisley etc…) …TENTA responder… e no processo, apesar de ser realmente uma comédia nos faz refletir sobre MUITA coisa. 


NÃO É definitivamente qualquer um que reúne um time destes e com certeza McKay já provou que não é qualquer um. Durante muito tempo deu muito lucro aos estúdios dirigindo comédias escrachadas e ou verdadeiras “boberagens “ como: O Âncora, Ricky Bobby, Quase irmãos, Os outros caras… quando então em 2012 fez Os Candidatos e em seguida Tudo por um furo em 2013 …e pouco a pouco sua carreira ganhou contornos e uma relevância outra! A Grande Aposta de 2015 e Vice de 2018 eram até aqui seus dois melhores trabalhos… sobre a crise econômica de 2008 e a vida do vice presidente de George W. Bush …Dick Cheney. Com o primeiro ganhou seu até aqui único oscar(como roteirista, não como diretor, mas recebeu a indicação) e com o segundo propiciou o melhor trabalho até aqui de Christian Bale…(sim, a meu ver melhor do que suas interpretações poderosas em: Psicopata americano, na trilogia Batman de Christopher Nolan, em Trapaça, no próprio A Grande aposta e até  do que seu oscar de ator coadjuvante por O Vencedor) sendo ele e o filme indicados ao oscar e diversos outros prêmios(alguns como o globo de ouro, ele ganhou). 


McKay sabe usar do humor para tocar em feridas humanas abertas e fétidas. Fez isto em Os Candidatos com o mundo da política, com a mídia em Tudo por um furo, com o mundo das ações e finanças em A grande aposta, com os bastidores dos governos do mundo em Vice e agora faz com a percepção e a reação humana frente a um tema extremamente presente neste pandemónio…


O fim do mundo! A extinção da raça humana! O Apocalipse! 


McKay simplesmente projeta e coloca em sua obra TODAS as questões que estão a ser debatidas neste verdadeiro inferno de percepção e reação coletiva humana frente à praga que estamos vivenciando … discute o imediatismo político, a política governamental de acobertamento: primeiro a todo custo…depois de desinformação…em seguida proveito político… e por fim minimização quando confrontado com o inevitável, a mídia que reage como se tudo fosse um show circense, a ciência sendo desacreditada, as teorias absurdas ganhando corpo, a demora na tomada de decisões, as decisões equivocadas nacionalistas ou por ganância, o poder dos grandes Midas da tecnologia e seus tentáculos sobre a vida das pessoas como um todo através da internet, enfim… está tudo aqui neste filme! 


Eu achei simplesmente perfeito! 


Obviamente esta gerando uma celeuma universal, com catastrofistas e negacionistas de toda ordem usando o filme para se engalfinhar nas redes, mostrando que uma das cenas mais emblemáticas do filme… é absolutamente fidedigna…quando o cientista vivido por DiCaprio perde a compostura e depois de ser conivente com a política governamental por algum tempo, na forma de lidar com a crise ( indo contra sua parceira de descoberta do cometa vivida por Lawrence) desanca todo mundo em rede nacional por exatamente esta postura! 


É um filme que SIM, faz rir… mas nos faz rir dos absurdos da própria humanidade! Sim, pois tudo o que nele esta não é exagero de comédia pastelão… é o que estamos a ver dia a dia na TV, nas redes sociais, nas nossas religiões, na nossa casa… e até…dentro de nossas ALMAS! DiCaprio depois que se descobriu defensor do meio ambiente ganhou admiradores e detratores em igual intensidade de amor e ódio! Deixou de ser aquela quase unanimidade galática da era Titanic…(e ai percebemos como o tempo passou, quando do alto de seus 47 anos ele e 44 anos ela, Melanie Lynskey… ambos parceiros de Kate Winslet em dois filmes memoráveis… ele no citado Titanic ela em  Almas Gêmeas, interpretam os pais de dois homens beirando os 25 anos ) para tornar-se num dos mais influentes seres humanos da atualidade e no processo cimentou uma das maiores, melhores e mais bem sucedidas carreiras da história do cinema! Mas como disse, suas posições frente as questões climáticas e até políticas (e um pouco sua vida pessoal) traz o controverso à baila quando se fala dele. Lawrence por sua vez até hoje não tinha sido citada neste tipo de questão (eu pelo menos nunca tinha visto) o que provavelmente deverá mudar depois deste filme. Dos dois, apesar de ambos estarem MUITO bem, creio que DiCaprio se sobressai. Seu personagem é mais conflituoso, mais cheio de camadas, onde certo e errado nem sempre são tão claros assim enquanto o de Lawrence é mais cru e enxuto naquilo que sente, acredita e defende…isto nas mãos de um grande ator tarimbado como ele, personagens assim, é um deleite. 


Este filme é um dos melhores trabalhos deste ano, um dos mais controversos e promete estar muito tempo na boca do povo (para bem ou mal) e na crista da onda das premiações dos melhores do ano. Vencer já seria uma outra questão. Se dependesse de mim indicaria a TODOS os prêmios de melhores do cinema deste ano; teria para melhor filme, direção, roteiro, ator(DiCaprio), atriz (Lawrence), atrizes coadjuvantes (Streep, Blanchett e Lynskey maravilhosas), atores coadjuvantes (Rob Morgan, Jonah Hill e principalmente Mark Rylance que cria uma figura de genio da tecnologia impagável, provavelmente bebendo em diversas fontes conhecidas de gênios da tecnologia e mais precisamente no líder da seita suicida Heaven’s Gate da época da passagem do cometa Hale Bopp) etc… Meryl Streep como a presidente americana encarna brilhantemente (como sempre)todas as figuras patéticas governamentais que temos observado em diversos países frente ao pandemónio e Cate Blanchett esta soberba mas irreconhecível… sério, só percebi que ela era ela devido alguns maneirismos físicos que ela tem de interpretação e que percebi na âncora do telejornal. Não sei o que ela anda fazendo com a cara mas está completamente diferente. 


Enfim é isto… o final (se falar estrago obviamente) não deixa de ser irônico mas… suspeito…BEM plausível infelizmente, caso uma catástrofe destas proporções nos alcance ou o pandemónio continue inapelavelmente fazendo seu tétrico serviço até tornar-se absolutamente sem freios. 


Pax et Lux 


Valter Luis (Taliesin)











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