Temos todo tempo do mundo quando somos jovens aparentemente. Raramente se pensa em limites nesta idade.
Geralmente, se nada da muito errado na criação o jovem é extremamente otimista quanto ao futuro que percebe ilimitado e há um natural egoísmo em se sentir invencível e não mortal.
É um viver mergulhado nos sentidos que nega direito a coisas antigas, ditas velhas, de outras gerações, como se isto contaminasse e um achar intenso de que nunca também se será …passado.
Eu tive muito pouco disto. Desta não percepção de eras…Para dizer a verdade quase nada. Bem cedo me percebi uma dicotomia estranha entre tempos… o meu tempo… o tempo passado e um futuro anelado…
Tanto o épico quanto o futurista em igual medida com as coisas de minha geração me tocavam e atraiam de igual forma. Filmes antigos, livros antigos, músicas antigas mesclavam-se com filmes, livros e músicas da segunda metade dos 70… todo os 80 e primeira metade dos 90, quando vivi adolescência e juventude e depois imaginava o que viria neste campo no futuro e anelava por isto.
Criança um tanto quanto deslocada, adolescente um tanto quanto estranho e uma juventude anormal pelos padrões de normalidade que costuma-se imaginar ser esta fase assim fui eu.
Não é que não havia interesse pelas coisas naturais destas fases… havia e muito mas havia algo mais… havia uma percepção de si, das pessoas, das coisas, da vida, do universo e de Deus que não era e é muito usual nestas ditas fases principalmente na juventude… dita de “viver intensamente” o sensorial.
Não sou nem idiota de achar que fui o único naquela geração ou de qualquer geração a sentir e perceber assim mas também estou ciente que pessoas assim destoam prá cacete da correnteza normal do dito… “normal”… nem digo que isto mereça louvor, creio que não mas…vale salientar pois frente a tudo o que estamos vivenciando neste mundo atualmente percebo que nos adultos da minha geração, aqueles que mais se aproximaram do que citei acima, neles é que percebo tendo-se mais jogo de cintura em não se ver iludido e dominado por esta guerra de polaridade insana à esquerda( geralmente extrema) ou à direita(geralmente extrema) disto e daquilo frente ao pandemónio… aferrados a A ou B postulados, e os quais tenho visto com mais flexibilidade olhar os ângulos de tudo isto sem atitudes quer… deterministas, taxativas, afirmativas ou negativistas sobre absolutamente nada disto tudo. Ouvem tudo, observam tudo, tentam perceber o melhor que podem antes de qualquer decisão… são firmes naquilo que compreendem estar dando certo e revolucionários em abandonar seja o que for que percebam estar ferrando com tudo. Voltam atrás em ideias e atitudes que perceberam não corresponder àquilo que sentem, primeiro em si e depois ao redor; não são dominados por NENHUMA religião, ideologia, guru, ou coisa de qualquer gênero semelhante à isto ainda que tenham um ENORME respeito e reverência ante o que se entende por divino e sagrado e às formas de expressão destes entre os humanos, ainda que nem todos lhes seja sintônico ou então tenham um(a) especificamente sintônico. O que não significa que isto as/os impeça de respeitar as demais expressões ou até de mudar se interesse houver. Mas a MAIORIA eu noto simplesmente ROMPEU com qualquer obrigatoriedade de seja o que for com coisas dogmáticas, doutrinas…taxativas, deterministas e exclusivistas. Dai que estes, tenho visto absolutamente equilibradas (os) no meio deste caos… não se vê posts recheados de fanatismos nas suas timelines seja porque for, não se colocam como juiz e júri de ninguém e se o fazem tomam um cuidado extremo em expressar-se apenas baseados em fatos CONCRETOS, DOCUMENTADOS e SEMPRE… deixando claro que estão abertos a mudar de opinião na primeira contra-prova que mostre o contrário. Não se acham melhor que ninguém e vibram intensamente pelo sucesso de alguém seja quem for desde que ninguém tenha sido pisado no processo. E claro, não se negam também ser o melhor que podem ser.
E então…provavelmente por isto, apesar da idade… enquanto muitos que “viveram intensamente” ou imaginaram que viveram “la vida loka” intensamente agora tentam colher os cacos de uma madureza entendida como “velha” estes… olham-se no espelho e veem O Infinito adiante…inclusive para ALÉM do pandemónio…
Pax et Lux
Valter Luis (Taliesin)
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