segunda-feira, 11 de outubro de 2010

INFÂNCIA

Sabe aquele sabor eterno de docê aventura?
Aquele sentido perene de novidade?
Aquele brilho mantido no olhar?
Aquele desejo por coisas inauditas?


Pois então...


Porque muitos de nós, talvez a maioria, parecemos perder estas coisas?


Porque passados os 30 anos a vida parece tão progressivamente enfadonha que pouco a pouco muitos de nós vamos nos enterrando em casamentos mau resolvidos, empregos levados com a barriga e compromissos sociais repletos de modorrenta rotina?


Na Infância estão nossos melhores sonhos ou nela ainda nos encontramos próximos daquele mundo deixado do outro lado, mundo do qual viemos e esperamos voltar um dia, no qual sentimos ter nosso verdadeiro Sêr incólume e plenipotencializado?


Será que este ainda recém perdido sabor de eternidade, de perenidade é o que nos mantém tão elevados,livres, leves e soltos na infância!?


Pouco a pouco contudo vamos perdendo isto...


Vem a adolescência, depois a juventude e novas descobertas tanto fisiológicas, quanto sociais parecem nos afastar mais e mais deste quadro idílico e idealístico....


Entretanto como estamos descobrindo a nós mesmos e o mundo em torno de nós, adolescência e juventude ainda são períodos deliciosos de descoberta, de busca... mas estas de um outro teor, de uma outra fibra!


Equanto que na infância as côres  são pontilhadas pela fantasia na adolescência e juventude o que mais importa é um mergulho de cabeça nas experiências senso/materiais.


Neste período formamos nossas relações e laços mais fortes ou pelo menos mais vívidas de amizade, de sexualidade e de atividades neste mundo tridimensional.


Também é neste período que requer-se maiores cuidados e vigilância com estas descobertas senso/materiais principalmente no quesito diversão+substâncias lícitas e ílícitas pois a maioria dos vícios são construídos neste período da vida também.


Entretanto guardando-se algumas exceções(e nestes tempos de tanta violência física e sexual contra infantes infelizmente cada vez maior) , na infância estamos embriagados por um outro tipo de realidade e experiências que nos fazem navegar no mundo como se este fosse um oceano perene de novidades e descobertas.


Não é a toa que os contos de fadas, os desenhos animados, os quadrinhos e principalmente as brincadeiras a sós ou em grupo são os meios mais acessíveis para este contato com esta realidade do fantástico.


Em nossos dias contudo o mundo cibernético tem propiciado as crianças dos ultimos 10 anos um veículo mais prático, fácil e moderno de acessar estes mundos de côres, sons, imagens e fantasia como até hoje nem cinema, nem Tv,nem jogos eletrônicos ou quadrinhos tinham propiciado.


O bom é que estamos diante de uma tecnologia que se apresenta incalculável e indefinível tanto em grau quanto intensidade o que nos leva indagarmos até onde poderá a criança de agora e do futuro acessar e atingir estas possibilidades de vivenciar os mundos interiores e idílicos de cada uma,trazidos agora em primeira mão em cenas e imagens de mundos virtualmente criados, em relação as vivências de crianças de eras anteriores...


Por outro lado o ruim é que poderemos ter crianças viciadas num outro tipo de droga, uma overdose tremenda de novos dados, novas imagens que poderão afastá-las de um convívio social mais pleno de descobertas no mundo real ou tridimensional que só podem ser feitas quando se caminha nas ruas, pisa-se no chão, sente-se o cheiro das coisas no ar, a frangância da mata molhada, o cheiro das flores, o calor do sol, a chuva no lombo, o toque de outras crianças e palavras  de amor e carinho de pais presentes e não entregues a lide de cada dia somente ou em suas próprias distrações equannto suas proles navegam indefinidamente nas ondas do Cibermundo!


Fora o tenebroso perigo de nossas crianças terem contato fora de hora e antecipado com coisas eminentemente do mundo adulto ou no mínimo da juventude e adolescência !




Assim se até hoje as diversões , as brincadeiras e o mundo fantasioso das crianças surgiam mais naturais e seguros para um infância sadia. Hoje temos mais possibilidades e potencialidades de fantasiar mas um enorme perigo de contrapeso se não forem colocados limites nestas descobertas do mundo cibernético com relação à: tempo( as horas passadas diante dos games e computador) espaço(o tempo dispendido num lugar específico, diante de uma tela, num mundo virtual) e principalmente; de conteúdo(o QUE as crianças estão acessando) e de interatividade(com QUEM elas estão interagindo na internet).


A Infância tem que ser o mundo mais seguro e mais livre possivel....


Contraditório?


Não crêio!


 Seguro porque é de responsabilidade dos adultos proverem todo espaço, todo  material ,todo cuidado,todo limite,toda proteção e dicas para que a imaginação do infante se derrame soberba e célere em busca daquilo que lhe assome da alma mas dentro de um círculo amoroso que lhe diga que nos importamos, que nos interessamos pelas descobertas dele.


E livre porque do interior da criança deve proceder aquilo que é mais poderoso que mil bombas atômicas que são as imagens da vida sem os vicios das amarguras e castrações de outras idades!


Mudando novamente de foco seria possível por outro lado para nós adultos , cavalos velhos, realmente readquirirmos um pouco pelo menos desse lado mais descontraído, sonhador, leve, solto e inocente que um dia todos nós tivemos?


Claro, quando digo isto estou pensando em crianças que tiveram um ambiente o mais normal possível em torno de si não aqueles que tiveram o que chamamos de infância castrada quer por pais ausentes,abusadores de toda ordem,contextos sociais de excassez extrema ,guerras ou sabesse Deus mais o que e que cada vez mais parece quantificar-se em torno de nós infelizmente.


Seria possível para nós uma visão, um olhar mais benigno e menos viciado em relação ao mundo, as coisas e as pessoas?


Será que um dia poderemos resgatar aquela segurança interior que nos fazia correr aos pulos pela pinguela com a agua correndo solta lá embaixo sem medo de na mesma cairmos e nos afogarmos?


Veja bem; o perigo de cair e morrer afogado sempre existiu tanto para o adulto quanto para a criança atravessando as pinguelas da vida mas quantas vezes enquanto criança passavamos correndo sobre ela, pulando , gritando, empurrando um ao  outro com aquele senso, com aquela certeza de que algo nos protegia ,nos impedia de cair e morrer(não que não pudessemos cair ou morrer claro)aquela certeza de que nada era proibido ou difícil demais?


Imagens e côres pelo menos, senão a segurança, de um mundo mais interessante?


 Será que poderiamos resgatar esta confiança na vida?


Não é obviamente evolutivo um adulto se tornar criança no sentido de deixar de ser responsável  ou consciente do mundo adulto mas quando Cristo nos convida a nos tornarmos crianças e diz que quem não fizer isto não herda o reino divino o que ele quer realmente dizer?


Para mim ele quer que nós resgatemos esta leveza de sêr, esta confiança ilimitada na vida e nos poderes que a regem, esta capacidade de olharmos e vermos em tudo, absolutamente tudo ,uma possibilidade de sermos felizes e plenos como é cada criança diante de seu castelinho de areia, de uma brincadeira de pega pega, de uma corrida em desabalada carreira rua afora atrás de uma pipa,de uma amarelinha bem pulada,de uma boa queima,de uma alegre brincadeira de roda,ou até para os modernos diante de um bom jogo de videogame por que não!?


Que encaremos nossas responsabilidades e mundo de adultos com olhar menos amargurado e mais plenificado!


A plenitude que vem de dentro para fora, não aquela adquirida no mundo da matéria através de dinheiro ou muletas afetivas!


Quando crianças ficavamos de mau e de bem um com o outro num piscar de olhos,não carregavamos amargura indefinidamente no coração.


 Hoje nossos relacionamentos empacam porque temos tanto para dizer um ao outro, cobrar, recriminar que não temos tempo nem de ouvir e pior; de fazermos as pazes conosco mesmo quiça com este outro !


Ser criança, ser infante para nós adultos é portanto um exercício de liberdade criativo e restaurador de estados interiores de pura plenitude!


A infância resgatada então produzirá adultos menos indolentes, menos neuróticos, menos rancorosos,menos egoistas com seus relacionamentos e mais, muito mais livres e solidários como nem de perto temos idéia ou exemplos visíveis do que seja isto!


As disputas territoriais,espaciais e sociais diriam alguns, começam contudo nas crianças que brigam por espaços entre si, por destaques nas brincadeiras infantis....


Sim, neste sentido talvez estejam certos MAS...enquanto estas rusgas infantis terminam quando terminam as brincadeiras de faz de conta ou mesmo durante elas nós adultos perpetuamos nossas mágoas, acentuamos nossas divisões,maximizamos nossos preconceitos e nos tornamos cada vez mais mais isololados,violentos e infelizes.


Esta capacidade de ligar e se desligar de situações criadas é talvez a dádiva perdida que mais faz falta aos adultos de nossos dias, perdidos em tantas coisas que prorrogam o sofrimento na Terra.


Libertemos nossas almas com a inocência pura do desejo de vermos no mundo um lugar de descobertas e de delícias sem fim que só a criança mais genuína tem e transmite aos borbotões!


(Feliz dia das crianças para TDS nós  tanto dos que são em corpo   qto dos que são eternamente na alma!) Obs...este texto foi publicado no ultimo dia das crianças no Brasil...12 de Outubro de 2010...




FOREVER YOUNG!!!


Pax e Lux...


Valter Holístico

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