quarta-feira, 16 de outubro de 2013

UMA VIDA PLENA E CONSCIENTEMENTE VIVIDA

"UMA VIDA NÃO EXAMINADA NÃO VALE SER VIVIDA"
Sócrates


VIDA...

O bem mais precioso que temos e no entanto e que menos valor tem sido dado pelos humanos ao longo dos milênios.

Ou melhor, tem sido dado sim, mas conforme a ótica de cada um.

Geralmente a 'minha vida' tem um valor absoluto enquanto a 'sua vida' tem um valor muito relativo.

A escravidão de humanos por humanos nos mostra isto com clareza absoluta ao longo dos anos. 
A distribuição dos bens naturais de Gaia entre as sociedades humanas e seus partícipes também.

Sócrates disse a frase acima quando de seu julgamento e consequente condenação à morte por cicuta por 280 contra 220 votos.

Sócrates tentava explicar aos seus concidadãos o porque de sua forma de viver, a sua filosofia, como entendia as coisas, diante da poderosa acusação de ateísmo e perversão da juventude que lhe pesava.

Analisando a situação imediatamente anterior ao julgamento de Sócrates percebemos que o ambiente em Atenas estava carregado de medo e superstição.

A era gloriosa do governo de Péricles terminará com a cidade enfrentando uma praga que matou mais de um terço da população incluindo o próprio Péricles e para finalizar, uma derrota definitiva de sua famosa esquadra naval por uma coligação de espartanos e sicilianos que pôs fim a 50 anos de intrigas entre as duas grandes cidades gregas e fez com que Atenas perde-se sua hegemonia na região para a grande rival.

Eram tempos conturbados, de medo, de superstição onde se creditava tanto à praga quanto a terrível derrota todos os tipos de erros e pecados menos os únicos reais e verdadeiros...no caso da praga a fatalidade aliada a aglomeração urbana e a derrota à própria vaidade ateniense que diante dos pedidos de tratados de paz de Esparta não recuou em seu ataque confiando mais uma vez na vitória de sua poderosa armada.

Fatalidade, urbanismo e vaidade...

3 coisas que geralmente caminham juntas e explicam muita coisa nas quedas das grandes civilizações. 

O fatal tem a ver com casos fortuitos que se manifestam aparentemente inexplicados e que exercem tal poder sobre uma pessoa ou grupo de pessoas que acabam determinando muito de seus atos e resultados posteriores.


O urbano por seu lado tende a aglomerar cada vez mais pessoas num mesmo lugar e na ampla maioria das vezes sem as condições adequadas de saneamento básico, moradia, trabalho, locomoção e alimentação etc...que as mesmas precisariam.

A vaidade é o vão...o ilusório, a maya que nos envolve.
Quando uma pessoa se deixa dominar por ela, quando uma civilização se perde nela e torna-se VAIDOSA, cultuadora da mera aparência, do meramente ilusório o caminho para a derrocada esta cimentado de vez.

Mas os atenienses tinham um bode expiatório mais conveniente...

SÓCRATES...

E foi assim que ele foi a julgamento por ateismo e perversão dos jovens.

A 'rebelião' contra os deuses era a causa do mal de Atenas e Sócrates ao 'perverter' as mentes dos jovens desagradara aos deuses que deixaram de proteger a cidade, chegaram à conclusão final condenando-o à morte.

No entanto NINGUÉM lembra mais os nomes do juiz, do legislador da época, nem muito menos dos 500 que votaram a favor ou contra a pena de morte do grande filósofo mas Sócrates que NADA escreveu a vida inteira hoje é um dos humanos mais conhecidos de todos os tempos e suas frases como esta acima ficaram para a posteridade.

Fixemo-nos nas frase agora...

"UMA VIDA NÃO EXAMINADA NÃO VALE SER VIVIDA"

Não somente Sócrates mas grandes figuras humanas ao longo da história encontraram por caminhos diversos a mesma resposta para esta frase...

NÃO VALE...



Para Sócrates que exercia a filosofia no contato, no dia a dia com as pessoas, colhendo suas impressões sobre a vida, o que pensavam sobre isto e aquilo... 

Mais que as respostas as perguntas eram necessárias...

A cada pergunta de seus interlocutores ele respondia com outra pergunta e assim o debate seguia, levando os dois lados a analisarem profundamente a questão ao invés se fixarem em pontos fixos de opinião logo de início.

Benjamin Franklin usava dos mesmos artifícios em seus debates. 

Ao invés de afirmar algo fazia um pergunta e diante da resposta do interlocutor respondia com um... 
MAS E SE VOCÊ OLHAR ASSIM? 
E SE PERCEBERMOS TAL COISA? 
E O QUE DIZER DE TAL COISA? 
SERÁ QUE NÃO HÁ OUTRA FORMA DE VER ISTO? 
E assim por diante levando o debate cada vez mais em circulos ascendentes, quase sempre não conclusivo, mas rico em idéias, em análise, em profundidade.


Para Sócrates uma vida que não fosse examinada, questionada, analisada, inquirida, pesquisada não valeria a pena ser vivida.

E a melhor forma de fazer-se isto era VIVER, era conviver com as pessoas, dialogar, trocar idéias, sentir a vida pelos poros do corpo, com a mente, com o coração.

Não se fechar num cásulo mas abrir-se totalmente ao mistério do viver. 

Sentir a vida mais que procurar o sentido dela.

VIVER PLENA E CONSCIENTEMENTE A VIDA!!!


O examinar de Sócrates não tinha por objetivo TRAZER SENTIDO À VIDA MAS SIM LEVAR O OUVINTE A SENTÍ-LA, VIVENCIÁ-LA PLENAMENTE!

Participar do mistério do viver para ele era mais importante do que entender este viver.

Assim o examinar a vida para ele era sim fazer perguntas, mas perguntas inseridas na vida, no dia a dia, no cotidiano...

as melhores perguntas são aquelas que são feitas por quem vive as situações diárias e mais; sem stress, SEM sentimento de saber-se ou não saber-se...cada minuto do dia vivido, vivenciado inteiramente, com os sentidos abertos, perceptivos à vida podia ser entendido como um exame da vida.

Não são assim, as perguntas que fazemos no dia a dia que demonstram nosso 'ateismo' mas nossa recusa em VIVER a vida o que nos faz menos do que deveriamos ser!

Em examinar cada coisa, cada ponto, cada entrada e saida do caminho....em viver insamente as relações, os contatos eis aqui uma vida examinada!

Examinar a vida portanto não era estudá-la e tecer teorias sobre ela mas VIVER O MAIS INTENSAMENTE POSSÍVEL todas as experiências diante de si.

O que estamos fazendo aqui?

Estamos defendendo teorias disto e daquilo?

Deus existe? 

Deus não existe?

A vida é isto? 

A vida é aquilo?

Ou estamos VIVENDO o mistério da vida?

Sentindo este mistério?

Dizem que quando um amigo de Sócrates perguntou ao oráculo de Delfos qual era o homem mais sábio do mundo este respondeu...

SÓCRATES...

Diante desta resposta o que fez Sócrates?

Disse a si mesmo, bom, eu sei que não sou o homem mais sábio do mundo então vou em busca dele...incredulidade? ateismo? Ou um desejo sagrado de saber a verdade?

E assim, ao partir para sua longa busca filosófica, interagindo com as pessoas, tocando-lhes a alma e o coração,  ouvindo o que elas tinham a dizer, fazendo-lhes perguntas profundas, vivendo com elas ele acabou....

POR CONFIRMAR O ORÁCULO!

O homem mais sábio do mundo não é aquele que acha que sabe mas aquele que se abre para novas visões do saber e mais; vive intesamente cada minuto de sua vida.

No fim rejeitou fugir de Atenas e tomou a cicuta porque achava que simplesmente fugir ia contra tudo o que sentia e vivenciava da vida.

Preferiu partir a ficar num mundo que onde quer que estivesse, estaria sempre a merce da visão estreita deste.


E assim caminha a humanidade...até hoje!!!

NAMASTÊ!

Valter Taliesin

Vídeos sagrados

ORQUESTRA SINFÔNICA DE LONDRES







Fonte Youtube









Fonte de imagens Google

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