sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O BEM E O MAL...uma decisão interna que influe no externo...



As muralhas que envolvem nossas almas...

As muralhas que construímos com nossos medos, nossas culpas, nossos boicotes.

Quantas vezes permitimos que tijolo sobre tijolo um muro nos feche e nos impeça de vermos o mundo com um olhar mais solícito e amigo.

Sabemos que nada é fácil 'do lado de fora' mas porque não é fácil do lado do fora?

Porque ' do lado de dentro' as coisas estão ruins a muito tempo.

Ontem vi o excelente filme de Margareth Von Trotta sobre a filosofa Hannah Arendt(brilhantemente interpretada pela grande atriz Barbara Sukowa), mais particularmente flashes do passado sobre sua relação com Martin Heidegger e o conflito primeiro interno dela, depois com a coletividade judaica(era era judia alemã) sobre suas posição em famoso artigo da revista The New Yorker sobre o célebre julgamento do nazista Adolf Eichmann em Israel...Hannah foi enviada pela New Yorker para observar o julgamento e depois comentar sobre o mesmo...A BANALIZAÇÃO DO MAL é como Hannah enxergou todo o processo, a coisificação da vida, a mediocridade vencendo a razão...e por não ver em Eichmann mais que um ser medíocre que cumpria ordens ao invés do monstro que odiava aos judeus Hannah sofreu críticas tremendas...


Não quero entrar aqui no mérito de Hannah estar certa ou errada em seu artigo até porque acho isto totalmente simplista mas o filme me fez refletir sobre nós, nossas opções diárias e o que pode ou não nos mover para tomarmos as posições que tomamos.




Assim após refletir cheguei a conclusão de sempre ou seja:

'Todos os problemas imensos externos que temos começaram dentro de nós, de cada um de nós.'

Pouco a pouco fomos permitindo que coisas como mágoas, rancor, ódio, raiva, orgulho, vaidade, medo, tristeza, luxúria, leviandade, futilidade, preconceito, banalidade fossem assumindo o controle de nossas relações pessoais, familiares e grupais e cada vez mais criando sociedades doentes.

Hoje o que temos no mundo é resultado do que formatamos em nossos corações, em nossas almas ao permitirmos que o ego assumisse o controle de tudo.

E ele assumiu!

Nossa civilização é egocêntrica, narcísica, hedonista até não mais poder porque estamos sob o domínio absoluto do ego limitado e limitador.

Como curar uma humanidade que não reconhece estar doente?

Sim!

Primeiro temos que reconhecer o mal, que sofremos deste mal para depois procurarmos a cura para o mesmo.

A cura só virá quando reconhecermos que nossa 'doença social' é antes de tudo...pessoal e coletiva, interna e endêmica. 

Pessoal e interna porque começa dentro de nós, de cada um de nós, este senso de separatividade, de vazio existencial, de exclusivismo, de isolamento, de idolatria pessoal que nos faz vermos uns aos outros como separados, distantes, como alguém à parte.

Isto cria uma cisão tremenda que na mitologia bíblica é reconhecida como 'queda' e a primeira consequência mítica seria a separação entre homem e mulher ou de predomínio de um sexo sobre o outro no caso em questão do masculino sobre o feminino. A segunda de pessoa para pessoa nas figuras dos filhos destes Caim e Abel.
Adão se torna o dominante da relação familiar que deveria ser absolutamente paritária e Caim mata Abel porque DENTRO DELES dois tipos humanos específicos se desenvolvem um que é o arquétipo da vítima(Abel) e outro que é o arquétipo do algoz(Caim)...

Ao longo da História humana estes dois pólos de separatividade interna se tornarão protótipos de todo o tipo de divisões entre os humanos.

A sexual(Adão e Eva) e a personalista(Caim e Abel)...

Dizem que as primeiras sociedades foram matriarcais mas o mito bíblico registra na verdade o começo do patriarcalismo. O momento em que o predomínio do macho sobre a fêmea se torna evidente. Não existe segundo o mito bíblico uma sociedade originalmente matriarcal mas pelos indícios que temos a impressão que passa a frase -'E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.'
Gênesis 3:16 - O que temos aqui não é uma 'maldição' literal como acreditam os fundamentalistas mas a forma antiga e original que os antigos encontraram para explicar miticamente o predomínio masculino sobre o feminino. Não precisamos imaginar literalmente uma divindade 'amaldiçoando' a mulher com dores no parto e com sujeição ao macho para entendermos este texto mas entendê-lo como uma 'figura' da situação social em que ele foi escrito ou seja; a patriarcal e de domínio do macho e uma 'justificativa' para o mesmo.

Todas as culturas antigas tinham seus mitos que tentavam explicar o seu contexto social, espiritual etc...mas com o predomínio da cultura judaico/cristã/islâmica no mundo o que temos é uma efetivação do mito como verdade inconteste e universal sobre a deidade e a sociedade humana. O que antes era uma alegoria explicativa do contexto social torna-se uma verdade literal que o próprio Deus instituiu entretanto temos que dar um desconto, segundo esta versão literal este predomínio do macho sobre a fêmea se dá com 'o pecado' ' a queda' o que dá a entender que NÃO ERA o plano original da divindade. 

Portanto MESMO que tomássemos a Bíblia ao pé da letra a condição de submissão da mulher para o homem é ANORMAL e não normal, é consequência da queda, do pecado de ambos e não da sequência natural das coisas.

Depois como cisão interna temos a egocêntrica ou personalista nas figuras de Caim e Abel.

O que nos diz o mito?

Dois irmãos um livre, rebelde, inconsequente que tem uma visão MUITO pessoal das coisas e dirige sua vida desta forma e o outro submisso às regras, ao métron(limite), as leis sociais... um visto como desagregador e o outro como agregador...se o mito esta em sim certo ou errado é outra história...esta luta entre o rebelde e o submisso, entre o revolucionário e o cidadão é antiga e o mito exemplifica o segundo, o mais novo, o submisso como o exemplar e ao outro como errado. 

Ambos tem diferentes funções sociais e representam os dois primeiros pólos agregadores humanos...agricultura e pecuária.

Temos aqui também uma visão da evolução da própria sociedade em geral, do particular e pessoal para o grupo...Talvez por isto Abel seja dos irmãos o mais novo pois o agrupamento, as regras, as leis, vieram depois da particularidade, da individualidade, quando os humanos sentiram necessidade de tornarem-se cada vez mais grupais.

O primeiro leva uma oferta ao divino de sua colheita e o outro de suas criações.

Teólogos fundamentalistas ao longo dos tempos defensores do sacrifício de sangue como única forma de redenção humana entendem que a desobediência de Caim esta nisto, em não sangrar um animal como oferta ao sagrado, o que me parece estranho até porque se analisarmos o velho testamento veremos que os agricultores também davam ofertas do fruto da terra ao sagrado.

Teólogos mais liberais entendem que o verdadeiro problema estava na DISPOSIÇÃO INTERNA dos dois irmãos ante o sagrado...Caim tinha motivos que não foram considerados justos por Deus e Abel os tinha. Caim no fundo de si não era submisso ao sagrado, Abel o era.

Enquanto os fundamentalistas explicam as palavras divinas a Caim como um atestado de que ele 'errou' no tipo de oferta os mais liberais entendem que a repreensão é pela atitude interna dele e a meu ver as palavras parecem corroborar estes últimos - 'Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.'
Gênesis 4:7 
- As palavras todas sugerem que o problema de Caim era...INTERNO...algo que ele devia dominar DENTRO DE SI...corrigir para que ai pudesse ter sua oferta aceita.

Mas nunca devemos nos esquecer que não estamos aqui tratando e entendendo tais textos de forma literal mas figurada, analógica, simbólica...

O que o mito bíblico sugere é que a separação original entre homem e mulher ou de predomínio de um sobre o outro foi o primeiro resultado do domínio do ego sobre a alma e em seguida o orgulho e vaidade pessoal o próximo passo.

Coletiva e endêmica porque como que por osmose passamos esta propensão e tendência egótica aos nossos descendentes e domina todo o ambiente em que vivemos criando a competição e a rivalidade. 

O mito bíblico apresenta em personagens individuais, supostamente literais os exemplos tanto interno quanto externo da condição humana.

No predomínio de Adão sobre Eva e no violência de Caim sobre Abel temos não só o mito do interior dos humanos corrompido pelo egoismo quanto temos neles os protótipos da própria sociedade humana que veio a seguir.

Nossas sociedades são gregárias num certo sentido e completamente diversificada e rival em sentido mais amplo.

Se olharmos cada grupo humano isolado, veremos uma aparente agregação, primeiro familiares depois tribais etc...mas mesmo nesta aparente agregação temos o predomínio de uma destas duas correntes míticas expostas acima e todas as ramificações que delas vieram que no fundo criam um abismo colossal de humano para humano.

Assim, para onde olharmos só vemos uma direção, um local de retorno para curarmos o mundo...DENTRO DE CADA UM DE NÓS...e a partir dai todo o resto!

Por isto o Cristo nos disse...-AMAI A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO-

É a cura da sexualidade dividida, pois amando a Deus sobre todas as coisas encontramos nossa unidade intrínseca original -macho e fêmea- e amando ao próximo como a nós mesmos todas as motivações de confrontos entre nós caem por terra.

Nesta simples frase do Cristo esta o segredo para a cura de todo ser humano e de toda a sociedade humana!

Amar a Deus sobre todas as coisas é algo INTERNO, amar ao próximo como a si mesmo é algo INTERNO...portanto dentro de nós esta a cura do mundo!

Vídeos sagrados

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Fonte de Youtube





Fonte Google imagens

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