segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

UM ESTRANHO CONTO DE NATAL




As montanhas estavam cobertas de neve...

Descíamos uma trilha íngreme, estreita mesmo para chegar até a pequena vila dos carvoeiros lá embaixo.

Morávamos num imenso castelo na mais alta das montanhas, os barões de papai moravam ao redor nas montanhas adjacentes...

Papai era um grande duque de um dos reinos mais prósperos e poderosos do mundo. 

Nosso rei era chamado de Grande Rei porque o reino era dividido ao todo em 12 reinos menores com 4 monarcas denominados reis, 3 denominados príncipes e 5 denominados arquiduques, o que era o caso de papai.

Na prática não havia diferença nenhuma entre os 12, os títulos nobiliárquicos advinham dos resultados das conquistas e casamentos. 

Os arquiduques eram os nobres poderosos que ajudaram o ancestral do grande rei a conquistar seu império. 
Os príncipes eram parentes próximos do grande rei conquistador que receberam tronos após as conquistas e os 4 reis eram monarcas que se submeteram voluntariamente ao império recebendo a misericórdia real para continuarem à frente de seus reinos, eles e seus descendentes.

Portanto eramos uma família extremamente poderosa, meu pai era o melhor amigo do grande rei e dos 12 reinos que formavam o império o nosso era o mais próspero e para completar o quadro papai casara-se com a irmã mais nova do grande rei num acerto inédito até então no grande reino onde as princesas casavam-se ou com os príncipes ou com os reis ou suseranos de outras terras... meu pai foi o primeiro arquiduque a desposar uma princesa imperial e isto demonstrou o valor dele diante dos demais.

Passaram-se alguns anos e meu pai foi nomeado príncipe imperial  o que deixou os demais senhores completamente enraivecidos por dentro...mas estranhamente ele preferia ser chamado de grande duque ou arquiduque ao invés de príncipe por seus súditos, como se entende-se que seu principado era uma concessão pelo seu casamento enquanto seu arquiducado era sua nobreza intrínseca.

Estranho homem era meu pai...

Mas continuemos a história.

Terminamos de descer a trilha eu o príncipe herdeiro(e segundo muitos, preparado para ser o futuro esposo da filha do grande rei, herdeira do trono imperial o que me faria um príncipe suserano consorte), meu preceptor de armas, 3 servos e meia duzia de cavaleiros para nos protegerem.

Minha missão era simples e muito secreta.

Nem papai sabia desta incursão noturna se o soubesse tomaria um couro que os lombos ficariam vermelhos...papai era muito bom com seu povo mas não admitia os tipos de liberdades que eu iria tomar naquela noite. Eram outros tempos, outro mundo e o hiato entre as classes eram mais fortes que os bons sentimentos que os homens sentiam uns pelos outros.

Chegamos na pequena casa escondida por uma mata pequena mas o suficiente para servir de muralha contra vistas inconvenientes.

Batemos na porta e esta abriu-se sozinha!

Esperamos um pouco e entramos, um velho jazia em sua cama, ao seu lado uma bela jovem o observava e mais atrás uma senhora de meia idade fazia o mesmo.

Aproximamo-nos devagar e ficamos ali, olhando da ponta da cama o estado do velho.

Ninguém conseguia falar nada, um ambiente tenso, estranho dominava todo o ambiente e já podíamos sentir o cheiro da morte no lugar.

Um cheiro ocre misturado a ervas e infusões.

Dei meia volta e me aproximei da cabeceira da cama, os olhos do velho, fracos mas ainda fortes o suficientes para me ver pediram súplices que lhe desse as mãos.

Peguei em suas mãos e um calor estranho perpassou-me o corpo.

Olhando dentro de meus olhos ele começou a falar.

- Filho, sua vinda aqui foi vaticinada há muito tempo.

- Olhas para mim e vês um mero velho enfermo não?

- Te perguntas; o que este velho, enfermo, à morte quer comigo, alguém que nunca viu antes? Seu suserano? Seu príncipe? Futuro senhor imperial?

- Bem filho vou contar-lhe uma história.

- Há muito tempo atrás o pai de seu pai encontrava-se em campanha, ele era pequeno ainda, nada conhecia da vida e venho cá dar nestas paragens. Eu era um homem robusto, forte e sempre tive o dom de vidência e de profecia e neste dia vi nitidamente o futuro de seu pai quando nele botei os olhos e mais...

- Vi o seu futuro meu filho!

- E...mais alguma coisa!

- Digo-lhe serás sim o suserano não só das terras de seu pai mas de todo o império, serás um grande comandante de guerra e em tempos de paz um grão vizir fabuloso e um marido prestimoso, amoroso e fiel a sua dileta grande rainha.

- Este amor entre vocês será tão grande e vasto que ela te coroara grande rei consorte com ela e assim a casa de seu pai se tornará tão imperial quanto a casa de seu grande amigo.

- Os filhos e filhas que vocês terão ostentarão orgulhosamente o nome das duas casas e os símbolos e ícones das mesmas; o Leão e a Águia.

- Mas antes que tudo isto suceda eu preciso de um favor seu; 

- Vê esta bela jovem ao meu lado?

-Sim, respondi.

- Pois então filho, preciso que você me dê um presente antes que eu lhe abençoe e tudo isto que disse sobre ti se cumpra.

-Que presente velho? Perguntei!

- Quero que vocês se recolham ao quarto de minha neta e tenham uma noite de amor, desta união sairá o mais poderoso e sagrado mago que já existiu pois unirá o sangue das grandes sacerdotisas e dos grandes hierofantes que correm nas veias de minha filha, aquilo que é conhecido como 'sangue dourado' com o sangue real que corre em suas veias pois a união das casa nobres de seu pai e do grande rei produziram a melhor combinação mágica já engendrada num leito nupcial humano...'seu sangue azul'.

Os acompanhantes que me cercavam começaram a protestar, chamar o velho de louco, onde já se viu um carvoeiro querer que a neta se deitasse com seu soberano mas com apenas um olhar silenciei-os.

Não sei o que se passou em mim naquele instante mas senti uma veracidade profunda e verdadeira nas palavras do velho.

Olhei dentro de seus olhos e disse que sim, que o faria.

E cá para nós; olhando a garota isto não seria nenhum sacrifício muito pelo contrário.

Em silencio nos retiramos para o quarto da garota, os meus serviçais, soldados e preceptor se acomodaram da melhor forma que puderam em torno da lareira e o tempo passou...passou e passou.

Ao amanhecer acordei e percebi para meu espanto que estávamos em plena clareira deitados onde antes pensávamos ter existido uma casa...lembrava-me muito pouco da noite anterior, somente que a garota tinha se revelado apesar de virgem uma amante excepcional e perdemos a conta do quanto fizemos amor...olhei para os lados e meus homens dormiam profundamente....estranhamente havia neve por todos os lados menos no lugar em que dormíamos que por sinal estava quente como se a lareira que vimos na noite anterior estivesse acesa.

Pouco a pouco todos foram acordando, confusos, atordoados, como se tivessem bebido um elixir de sono ou algo assim.

Nos olhávamos confusos, perturbados, assustados, meu preceptor correu até mim me abraçou e me disse.

- Príncipe o que fizeste?

- O que aconteceu?

Na verdade tudo era tão nebuloso desde o momento que recebi a carta no castelo de papai me convidando a ir até aquela pequena casa, casa que sempre via quando passava em minhas incursões ali, aliás; desde aquele instante sentia uma força estranha coordenando todos os acontecimentos, todos os movimentos que fiz e vieram então, como se no fundo de meu ser algo mais profundo e verdadeiro se agitasse e mostrasse que estava diante do meu destino, um grande destino.

Não soube responder nada e voltamos para o castelo confusos e agora com temor esperando a reação de papai e mamãe...

Mas quando chegamos estranhamente nada ocorreu, entramos no grande salão central e papai estava sentado em seu trono ladeado por mamãe e outros nobres. Todos nos olharam e nos saudaram com salvas de palmas.

Ficamos boquiabertos!

De repente uma luz muito forte surgiu ao lado das escadarias que nos levavam ao trono e...apareceram um homem majestoso, uma senhora lindamente vestida e sim... ela, minha bela amante noturna.

Nos entreolhamos assustados eu e meus companheiros de aventura noturna e o velho(que agora estava bem mais jovem e absolutamente sadio) falou.

- Passaste no teste mais importante de sua vida meu filho!

- Eu e teu pai tínhamos feito um pacto sagrado de que de suas entranhas que percebi desde cedo sagradas e de seu futuro enlace com a casa real e do qual disto adviria o sangue mais nobre e a alma mais pura e sagrada que os humanos poderiam manifestar....você...

-E o pacto foi este...

- Meu reino, o reino entre mundos, um mundo de luz mas ainda material necessitava do vigor da carne humana para se sustentar nos anos que virão, assim ao fazeres amor com minha neta teremos esta carne, este sangue humano que revigorara nossa casa real mágica por anos a fio e mais; o ser que nascerá sera o mais poderoso dos 3 mundos e um dia ele virá aqui, até seu mundo e se tornará um ícone universal de luz por gerações...

- Seu nome será Nicolau mas a lenda o chamará de SANTA CLAUS ou PAPAI NOEL!

- ELE SERÁ UM SÍMBOLO, UMA METÁFORA DO PRÓPRIO PAI UNIVERSAL, UMA MANIFESTAÇÃO DE SEU AMOR NO MUNDO!

- Assim meu filho vês que o que aconteceu naquela clareia que por tanto tempo viste como uma casa pequena e humilde foi um dos maiores mistérios alquímicos já engendrados entre os 3 mundos.

- E terminando de dizer isto, num sorriso cúmplice com meu pai, num clarão de luz estonteante os 3 voltaram para seu reino deixando-me boquiaberto e absorto na minha própria pequenez ante o jogo de poder e interesses supra naturais que se deram em torno de mim.

- A noite, antes de dormir, olhei pela imensa janela e uma segurança sublime ancorou-me o coração....sabia que meu futuro seria o que o velho falará e sabia que meu filho seria o maior símbolo do bem que foi engendrado no seio da humanidade desde o Cristo.

E assim foi e é até hoje vendo daqui das regiões celestes os rumos das histórias deste mundo!!!

Amor e Luz

Valter Taliesin


Vídeos sagrados


























Fonte Youtube








Fonte Google imagens

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