Dama de Negro
by Ken Hensley & Uriah Heep
Ela veio a mim uma certa manhã
Uma solitária manhã de domingo
Seu lindo cabelo negro balançava ao suave toque do vento
Eu não sei como ela me encontrou
Porque na escuridão eu andava
E a destruição estava ao meu redor
De uma batalha da qual eu não consegui vencer
Ahh Ahh Ahh, Ahh Ahh Ahh Ahh
A crise existencial é uma das coisas mais poderosas mas ao mesmo tempo mais destrutivas que enfrentamos. Este primeiro verso nos mostra um homem destruído por dentro. Não sente mais perspectiva por nada, por coisa alguma.
O que fazer em um caso destes?
Quando uma pessoa( não só um homem) encontra-se nesta situação quanto mais se fala pior fica.
O interior é visto como um verdadeiro campo de batalha; emoções, desejos, sentimentos entram em conflito, nada parece ter sentido.
Foi neste cenário que ELA encontrou o poeta...
Uma alma fracionada, uma vida em conflito com tudo que lhe circunda.
A descrição que ele faz DELA é simples mas poderosa...
Bela, cabelos negros soltos ao vento, ELA surge no pior momento da vida dele como A Iniciadora Sagrada!
Uma manhã de domingo, um momento de solidão extrema em um dia tido como de descanso. Uma manhã dominical como outra qualquer mas que para o poeta só traz devastação... ele não sabe de onde ELA veio, como o encontrou...quando ele vê ELA esta diante dele. Ele deveria estar talvez, em seu jardim, tentando encontrar algum consolo nas flores...no ar que o circunda, no brilho do sol entre nuvens...mas só sente o negror das trovoadas de seu interior devastado . Talvez queira desistir....talvez queira dizer BASTA!
Não sabemos!
Quem é esta Mulher?
O Poeta descreve obviamente um Ser que transcende um ser...podia ser realmente uma mulher comum que lhe apareceu? SIM! Pois as vezes ELA veste a roupa carnal de uma de suas filhas para revelar-se a quem quer. As vezes na vida de um homem surge A MULHER emanando energia de Mulher na pele de uma mulher e sua vida é mudada para sempre!
E QUANDO ELA SURGE TRAZ CONSIGO A REVOLUÇÃO JUNTO!
A DESTRUIÇÃO DO VELHO QUE NADA MAIS SERVE, A TRANSMUTAÇÃO DO QUE SOBROU PARA ALGO NOVO, VASTO, SAGRADO E MAIS INTERESSANTE!
Seu cabelo é negro...esvoaça ao vento...uma Senhora atemporal dominando tempo e espaço ao seu redor...de si, exala o cheiro da Eternidade...de si exala o poder das Eras...
Ela perguntou o nome dos meus alvos
E eu disse que necessitava de alguns homens
Para lutar e matar seus irmãos
Sem um pingo de amor ou um único amor a Deus
Implorei para que emprestasse seus cavalos a mim
Para que pudesse perseguir meus inimigos
Tão imensa era minha vontade
De desperdiçar a vida
Ahh Ahh Ahh, Ahh Ahh Ahh Ahh
O poeta parece estar também diante de um daqueles momentos síntese da humanidade!
Será que ele fala de uma guerra, de uma batalha real em que breve se verá envolvido? Ou estará ele falando do que já dissemos acima; da guerra interior que faz com que ele veja ao seu redor apenas um mundo hostil e pessoas hostis?
Diante da pergunta iniciática:
QUAIS SÃO OS SEUS ALVOS?
O poeta só encontra respostas ordinárias surgidas de uma compreensão ordinária de sua vida, das pessoas, de sua relação com elas. Ele pensa que ELA fala de guerras, de batalhas, de inimigos, de pessoas para confrontá-lo. Ele NÃO ENTENDE a pergunta sagrada...ele esta prestes a perder sua oportunidade de mudanças...ele manifesta à ELA um desejo ordinário: um exército para matar pessoas...irmão contra irmão...devastação externa advinda do que ele traz consigo.
Esta tem sido a História do mundo. Homens e Mulheres tem sido vítimas e algozes uns dos outros por não compreenderem Deus, não compreenderem as perguntas da Vida, não compreenderem uns aos outros, não compreenderem a si mesmos. Ele sabe e reconhece que entendeu errado e deu uma resposta errada logo em seguida. Ele percebe a decepção nos olhos DELA. Ele percebe que falhou.
Mas ela não pensava em guerras que
Reduziam homens à animais
Tão fácil de serem iniciadas
E impossíveis de terem um fim
E ela, mãe de todos os homens
Aconselhou-me tão sabiamente que
Temi andar novamente sozinho
E perguntei se ela poderia ficar
Ó dama estenda-me a mão, disse eu
E deixe-me descansar ao teu lado
Tenha fé e acredite em mim disse ela
E preencheu meu coração com vida
Não existe nada nos números
Não caia em um erro tão tolo
Mas quando precisar de mim
Fique tranquilo,não estarei longe
Ahh Ahh Ahh, Ahh Ahh Ahh Ahh
E foi então...quando ele reconhece sua nudez que ELA SE REVELOU...
A MÃE DA HUMANIDADE...A MÃE DO MUNDO...
A Face Feminina do Sagrado...
Shequinah, Kadosh, Lilith, Eva, Isis, Hathor, Innana, Ishtar, Cibele, Gaia, Hera, Réia, Deméter, Afrodite, Palas Atena, Ártemis, Selene, Hécate, Mama Pacha, Tétis, Yemanjá, Ashtaroth, Iansã, Nuit, Brigitte, Morrigam, Freya, Shakti, Durga, Nix, Persefone, Kaly, Frigga, Shekmet, Bastet , Néftis, Ninhursag, Asherah, Anath, Anahith, Anahita, Anaitis, Anthrathi etc...tantos são seus nomes...
A energia do sagrado feminino é reconhecida pelo poeta não só em sua aparição mas como uma necessidade dele e de toda humanidade para mudar o contexto das coisas neste mundo.
E ali, diante da Mãe ele pouco a pouco vai vendo seus medos serem transformados em coragem...pouco a pouco ele vê um mundo novo surgir radioso....possibilidade novas que a energia antes fracionada não permitia que ele antes visse.
Ele percebe então que os números, a lógica humana puramente masculina nada é sem a intuição o puramente feminino. Que dentro de si ele tem que fazer O CASAMENTO ALQUÍMICO entre Deus e Deusa para que o mundo dele e ele nele possam ter salvação.
Vendo nele arrependimento, perdão, desejo de mudança e vontade de TELA sempre consigo ELA promete nunca mais deixá-lo...promete a partir de então caminhar com ele pelo mundo...fazer nele e através dele um mundo novo, revelado em SEU CORAÇÃO...Um mundo de amor, paz e evolução altruísta!
TER FÉ E ACREDITAR!
Acreditar em Deus por completo...PAI e MÂE ...
Acreditar que Ele(a) esta connosco mesmo quando nosso olhar carnal nada vê....
Acreditar que ELE(A) é absolutamente real!
Após suas palavras,ela deu-me as costas
E incapaz de dizer qualquer coisa
Apenas a observei distanciar-se de mim
Até que suas vestes negras desaparecessem
Meu trabalho agora nem por isso é mais fácil
Mas agora sei que não estou sozinho
Meu coração se renova
A cada lembrança que tenho daquele dia
E se um dia ela vir até você
Absorve sabiamente todas suas palavras
Faça de sua coragem e sua presença seu prêmio
E diga ''olá'' por mim!
Ahh Ahh Ahh, Ahh Ahh Ahh Ahh
Deixando o poeta a Aparição DELA vai-se...
Ele a vê pelas costas...nota então seu Manto
Escuro...e percebe que foi em e de sua Escuridão que ela surgiu...de sua dor...de sua alma ferida é que sua HUMANIDADE revelou-se trajando vestes de Humanidade curando sua humanidade ultrajante e ultrajada!
A VIRGEM NEGRA! A MÃE NEGRA!
A ÚMIDA E SAGRADA ENTIDADE DE ONDE TUDO NASCE E PROCEDE!
O poeta percebe que sua dor e escuridão sufocantes vão-se enroladas no Manto da Mãe...e percebe que as Trevas são em síntese um ambiente propício para a Luz manifestar-se...
ELA se vai, mas ele sabe que de alguma forma ELA com ele permanece! Ele não esta mais sozinho ELA...SUA HUMANIDADE DIVINA esta com ele....A Criadora do Mundo a Geradora da Vida esta sempre com ele...
E ELA esta por ai....sempre procurando quem quer ouvir sua voz...
ELA não esta distante dos seus filhos e MUITAS MUITAS VEZES MESMO como disse antes ELA se revela na face de uma de suas abençoadas e abençoadoras filhas...e o PAI faz o mesmo através de seus filhos para suas filhas e assim O CASAL SAGRADO esta sempre pronto, quer em vestes de trevas ou de luz revelar-se ao mundo e mostrar que mesmo na destruição HÁ recriação...SHAKTI E SHIVA, sempre presentes aqui e agora!
Valter Luis
Música Sagrada
Ken Hensley & Uriah Heep - Lady in Black
Loreena McKennitt - The Dark Night of th Soul
Pink Floyd - Dark Side of the Moon
Sarah Brightman - La Luna
David & Diane Arkenstone - Temple of Isis
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