A brisa toca seu rosto...
Tu estais nu...
Teu juízo perdeu-se...
A batalha ganha de nada vale...
Arthur sucumbiu...
Camelot caiu numa vitória de Pirro...
Mordred esta morto mas a que preço...
E Guin...
Guin como uma névoa cor de rosa
entorpecendo ainda mais tua mente
assomada pela loucura da punição.
Tua mente e teu coração são teus
carrascos oh! garboso cavaleiro!
Tropeças e cai...
Esfolas os joelhos mas nada sentes...
Ao longe um lobo uiva...
Uma matilha se aproxima...
Olham-no nu, descabelado,
ensanguentado, ali caído...
Presa fácil...
Mas de repente algo os impede...
Uma densa neblina te envolve,
tu nada sentes, nada percebes,
mas rosto amigo se forma entre
as brumas...
Os lobos se afastam uivando
amedrontados...
O que viram?
Tu nada percebes cavaleiro!
Tu nada sentes garboso príncipe
da Casa Du Loc...
Tua dor é imensa e tamanha...
Tua confusão mental tão grave
que nada nem ninguém te é
percebido...
Levantas e voltas a correr
atabalhoadamente...
Corres....corres....corres...
Passas por riachos, ribeiros,
passas por bosques e vales...
passas por rios, montanhas...
Nada de parar...
E então diante de si esta um
imenso desfiladeiro...
Algo te faz parar na beirada
do imenso abismo...
O vento forte toca como chicote
teu corpo nu...um silvo ardido nos
ouvidos...a vista arde...há frio,
muito frio...sim tu percebes agora...
Pouco a pouco estais a retornar a si...
Tu pecaste contra teu rei...
Tu seduziste tua rainha...
Tu foste tão mortal quanto Mordred
para a Távola Redonda!
Ah! Dor! Imensa dor!
Onde irei eu pobre sedutor e pecador?
Onde encontrarei poiso?
Ah! Minha mente torturada!
Minha alma varrida pelo arrependimento!
Meu coração em luto!
- Voltei a mim...
- Sento à beira do abismo e olho lá distante...
vejo um fogo imenso a arder...serão restos
da terrível refrega, perco a noção espacial...
não sei onde estou, que direção tomei...
- Sim eu pequei, mas agora o que fazer?
Matar-me neste desfiladeiro?
Caminhar sem rumo o resto de meus dias?
Voltar para Loc?
Haverá guarida para mim entre suas paredes?
Ao longe um corvo grasna...
Tu levantas a cabeça e então vês claramente
uma visão...
Um convento...
Nele esta Guinevere...
Tu deves ir até ela...
Ela curará teu coração e tua mente de vez...
Mas tu não a tocarás mais como amante!
Tua penitência será tornar-te um cavaleiro
andante...socorrendo donzelas em perigo
sem delas se aproveitar...
Não, amor foi tudo o que tiveste com ela...
Paixão sem limites...
Mas também tu amaste teu rei...
Como amigo e irmão...
Tu eras acerto e erro no amor cavaleiro...
A partir de hoje Guin será em ti apenas
uma doce lembrança...
Deverás entregar teu coração agora ao
dever sacral de um cavaleiro sagrado!
Tu percorrerás o reino como O Vingador
dos desvalidos!
Vá agora!
Ela te espera, e depois...a estrada!
Valter Luis
VÍDEOS SAGRADOS
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