AVALON!
Eu vou contar a minha história!
Não é uma história qualquer!
Nasci mestiço entre humano e feérico mas desde pequenininho fui aceito pela Grande Fada no recinto mais sagrado da ilha das maçãs.
Ela fazia comigo coisas que não fazia com os filhos e filhas, pensava.
Pegava-me ao colo e levava-me para a grande caverna nas entranhas do monte central...
Este monte tinha dois templos com menires quais agulhas cósmicas ao universo... um sobre ele...à céu aberto e outro dentro da caverna... mas como por obra de magia as pedras estavam no teto... como contraposição às externas, apontando para o centro da caverna. Até a meseta sacrificial tinha no centro, como se por obra mágica se pudesse levitar e fazer os rituais de ponta cabeça... mas não, cada ofertante ficava embaixo de um menir e no centro a oferta bem embaixo da mesa... no chão marcas delimitavam estes espaços...
Viviane nunca cansava de contar para mim a história de como foram feitas esta obras, mas eu sempre pedia que ela repetisse...
Diz-se que nas priscas eras o povo da ilha do Deus dos oceanos chegou definitivamente à ilha grande ... depois de rituais e encontros com os deuses no círculo de pedras da Aurora dos dias(Stonehenge) partiram em direção ao Tor de uma ilha central, paradisíaca, onde havia relatos de presença de entidades mágicas desde sempre.
Ali chegando estes filhos e filhas do Deus dos oceanos, se acasalaram com os feéricos, as fadas, ninfas e elfos gerando a encantada civilização de Avalon...
Avalon!
Este foi o nome que deram, tanto ao Tor Central, quanto a toda ilha e ao lago imenso em volta...
Era um resquício, uma memória da cidadela interior de Poseidonis, a última ilha a submergir dos povos do Deus dos oceanos...
Estes seres tinham quase 3 metros de altura (alguns até mais)... pele azulada e sangue idem...já os autóctones divergiam em aparência mas quanto à pele era basicamente branco leitoso.... cabelos negros... corpo longilíneo , altos se bem que nem tanto quanto os descendentes do Deus...e existiam como disse... fadas, ninfas, elfos, duendes, gnomos, anões, trols que tinham características peculiares e próprias tanto individualmente como racialmente.
Esta união de espécies encantadas fez de Avalon um centro mágico e tecnológico ímpar... mas minha pequena mente captava mais o mito, o essencial daquilo tudo.
A Grande Fada(chamada assim porque era filha de uma fada com um atlante)... Grande Sacerdotisa e Arqui-Druidesa não perdia as esperanças que com o tempo eu aprendesse tudo isto.
Entrei na escola de mistérios da ilha... me formei druida e mago... era talentoso à Arte naturalmente...tinha 18 anos quando fui ao mundo externo... naquele tempo só o lago nos separava das margens e a grande Barca de Avalon partia sempre em horas marcadas rumo ao externo e sucessivamente.
Por 50 anos cruzei o mundo conhecido todo... envelheci mas não como os mortais comuns... com 68 tu não me darias mais que 30! E se tivesse ficado na ilha o tempo me custaria bem menos ainda!
Quando voltei tinha conhecimentos do mundo mágico de Jerusalém, Constantinopla, Roma, Alexandria, Do que restará de Delfos, de Baalbeck, das montanhas do Irão, das cidadelas dos deuses da Índia, do Tibet, da China...das terras dos rústicos deuses do Norte e por fim das cidades das chamada... “Terra dos mortos” ou onde se supunha, estes iam(Américas)...
Quando cheguei notei algo estranho... não se via mais da margem ...a ilha... entre névoa mau e mau se avistava a sombra do que deduzi ser o Tor...
E então ela chegou...
Finalmente...
A grande barca...
Entrei... minha bagagem, com itens mágicos do mundo todo, era grande, e comigo trazia uma descendente dos atlantes das margens do Nilo e outro das cidades da grande serpente emplumada... não seria de todo invasivo e incoerente Avalon abrigar estes que em essência tinham o mesmo ramo de sangue da maioria dos ilhotas...
Ao chegarmos de longe avistei minha amada Viviane...
Ela nada mudara...seus cabelos negros como a noite, a pele branca com leve tom azul... as vestes majestosas e a aura de amor que me devotava... tudo estava intacto... desci e corri para seus braços... este tipo de amor não se explica... vive-se...estava em casa...ela sussurrando me disse Merlin... meu amado entre os amados... tu és a outra parte do vasto Coração em que somos Um...
Então... ao olhar em seus olhos entendi porque me devotava tanta afeição... ali, olhando em seus olhos aprendi minha última grande lição... a ligação das almas afins, gêmeas... e anos depois, quando encontrei uma certa jovem chamada Nimuhê... reconheci Viviane nela, que havia nos deixado alguns anos depois deste reencontro de forma tão trágica, de outra forma estaria connosco milhares de anos(só há uma forma dos imortais morrerem... com instrumentos mágicos específicos que lhes tirem a vida e no caso dela foi o Machado de um Deus nórdico empunhado por bruxo saxão)... e foi fácil para ela, Nimuhê ,me prender com feitiço amoroso aqui na caverna de cristal que tenho na ilha... pois ela sabia que de outra forma eu iria ao encontro de Arthur, mataria Mordred e impediria o curso natural das coisas e nem sempre o certo está nas nossas intervenções...
As vezes o certo jaz nas entrelinhas sinistras das catástrofes que assolam o mundo humano... coisas que só causa e efeito explicam e a Eternidade trará à lume... o que podemos fazer é ter sensibilidade para ler tempos, estações quiçá mentes e corações e fazer o nosso melhor...
Hoje eu estou olhando vosso mundo... chamam-me de tantas coisas boas e ruins... já acordei há muito do sono daqueles tempos... já passeei vosso mundo de novo, estabeleci contactos com outros hierarcas e Nimuhê/Viviane sempre está comigo... já convivi até com Arthur de novo mostrando que tudo se recria e na maioria das vezes melhor...
Então... olhem para este atuam momento de vocês e simplesmente fluam no amor incondicional...
O resto virá com o tempo e Avalon...
Sempre estará convosco!
Nós convosco estaremos!
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