- O JOVEM MESSIAS - EUA - 2016 - NETFLIX -
Nota 9.5 
Não é Akhasa nem Bathory que é de fato a rainha dos vampiros mas ANNE RICE !
Rice contudo mudou muito. Da fixação suprema pelos vampiros em uma fixação intensa, sem igual em Yeshua! E pasmem seus fanáticos seguidores e de seus famosos vampiros;...a já citada Akhasa mais Louis, Armond, Marius e o mais célebre deles; o príncipe dos vampiros Lestat! Retornou ao seio da Igreja Católica Apostólica Romana, o veio principal cristão e maior rival dos dentuços na maioria das mais célebres histórias já feitas sobre os tais, a começar pela alma mater moderna do mito: Drácula de Bram Stoker! Mas não sei se é falha minha de memória mas nas obras de Rice este embate entre vampiros e catolicismo não acontece!
E foi baseado em uma obra dela, desta nova fase, Cristo o Senhor, desta Rice renovada em sua fé, que nasceu este filme com roteiro de Betty e Cyrus Nowrasteh e direção do último. Apesar de baseado nos escritos dela sente-se muito dos chamados apócrifos neles. Cristo em Alexandria, Cristo fazendo milagres desde criança, Thiago como irmão mais velho de Jesus ( aqui unem duas tradições apocrifas; uma de que José casou em segundas núpcias com Maria e antes dela teve filhos com outra com uma outra menos crível que diz serem os falados irmãos de Jesus seus primos)... Thiago no filme é primo-irmão de José e criado por este como filho. E só aparece ele, nada dos outros irmãos e nem as irmãs que falam os evangelhos. Difícil supor que Rice e os Nowrasteh entendam que estes nasceram depois, de Maria e José pois se tiveram tanto cuidado em fazer o que fizeram com Thiago temos a impressão que querem defender não só o dogma da imaculada concepção mas também o da virgindade perpétua de Maria... como estes apócrifos tardios já tentavam naquele tempo, quando já havia por parte do ramo romano cristão, uma proto Igreja Católica, um interesse em preservar a castidade de Maria. Pelo menos não fizeram de José um velho caquético como este apócrifo que o apresenta como viúvo mas nem sei se isto foi bom pois a probabilidade de condenar um homem jovem e saudável também a uma espécie de virgindade perpétua foi complicado já que se Maria o foi ele também o seria.
Entretanto porque minha nota foi tão alta para um filme com uma mítica que não concordo? Porque APESAR disto o filme é MUITO bom! Cenário, música, interpretação, direção e até o roteiro que falhando em focar veios míticos menos dogmáticos e controversos (como se já os sinópticos per si já não o fossem suficientemente) se conduz maravilhosamente bem em apresentar os conflitos entre o humano e o divino em Jesus em tenra idade! Independente do que se creia sobre isto ver como se conduziria um ser que se percebesse tão diferente e no mesmo instante tão semelhante aos demais é bem interessante. Há o conflito também das pessoas que o rodeiam, principalmente de José, Maria e seu tio materno Cléofas. Também há os conflitos do centurião romano e seu ajudante que a mando do filho de Herodes o persegue para terminar o serviço que ele começou a mando do terrível rei em Belém. Fora isto o filme sugere que as tentações, perseguição e embates do Diabo contra Jesus começou muito antes do deserto...Não é com certeza um filme fácil para quem não crê nos mitos cristãos, principalmente romanos e este tipo de apócrifos (que tirando um ou outro são sim bem importantes para conhecermos as origens cristãs e suas futuras ramificações) entretanto pode ser bem interessante e reflexivo para pessoas menos radicais que mesmo divergindo dos mesmos tem tolerância o suficiente para perceber uma boa história perdida entre teias de lendas piedosas.
No elenco o grande nome com certeza é de Sean Bean( O Boromir de Senhor dos Anéis A Sociedade do Anel e o celebrado Lord Mão do Rei Ned Stark de Game Of Thrones) como o centurião Severus. Há outros rostos conhecidos, o mais conhecido deles o de David Bradley(O mordomo mau encarado de Howgarts Argo Filch da saga Harry Potter e o patriarca dos Frey Lord Walder, rival mortal dos Stark em Game Of Thrones)... nos papéis de Maria, José, Thiago e Cléofas temos Sara Lazzaro, Vincent Walsh, Finn McLeod-Ireland e Christian McKay. No do “Cão do Inferno” Rory Keenan, no de Herodes o filho Jonathan Bailey e no do jovem Jesus Adam Greaves-Neal. Ah! E para afastar qualquer futura “heresia” de Maria Madalena e Jesus serem casados esta aparece na pele de uma jovem mulher com o dobro da idade de Jesus vítima de estupro e acolhida por sua família no caminho de retorno a Nazaré... Miriam vivida por Agni Scott. Apesar das ressalvas feitas contudo acreditem... vale uma conferida.
Pax et Lux
Valter Luís (Taliesin)
Nenhum comentário:
Postar um comentário