OS IRREGULARES DE BAKER STREET/THE IRREGULARS - 2021 - NETFLIX - nota 8



Perdoa-se uma série ou um filme de Sherlock Holmes ou baseado em seu mundo com uma série de liberdades desde que muito bem feito como visto em coisas recentes como Sherlock, Elementary e até Enola Holmes... perdoa-se aqui neste novo produto baseado no mítico e lendário personagem de Arthur Conan Doyle que nesta onda insana de “correção” histórica ou melhor DETURPAÇÃO à estilo Cursed, Bridgerton e cia ( a Netflix parece ser a mais empenhada nisto mais que todos) encha-se a Londres Vitoriana até na alta nobreza de personagens diversificados racialmente etc... e que ninguém em cena se manifeste racista, sexista, homofóbico ou algo do gênero(só reconhecem o status e preconceito social... como se o único problema do mundo fosse este) à título de louvor à esta nova cruzada demente de mudar-se ou tentar-se mudar a ferro e fogo a nossa história pregressa, a custo de matar o que de fato era para tentarmos hoje ter o que de fato queremos, numa inversão absurda da lógica de que “devemos aprender com nossos erros para construirmos uma sociedade mais justa” para algo como: “está difícil aprender com os erros? Muito lenta a mudança? Então vamos negar o passado ou pelo menos falseá-lo como gostaríamos que tivesse sido; vamos mudar e moldar a futura compreensão do que de fato foi para algo mais ‘correto’, ‘justo’ e que entendemos ‘certo’, ainda que tenhamos que reescrever absolutamente tudo; omitindo, subvertendo e até falseando e mentindo”. Enfim... perdoa-se tudo isto! Mas... NÃO DA para perdoar um Sherlock Holmes, BAIXO... ANÃO e pior... muito mais baixo que John Watson!
De TODAS as tais “liberdades criativas” esta é a mais difícil de engolir! Watson negro? Beleza! Era provável numa Inglaterra vitoriana isto, um médico negro( mas nunca um duque negro como é apresentado também, isto não mesmo, não na nobreza inglesa... hoje já é um sufoco, que o diga a Megan, imagina naqueles tempos)que era menos racista que os EUA... fora que é um personagem fictício mas um Sherlock baixinho e um Watson grandão isto NÃO DÁ para engolir ainda que ambos sejam fictícios! Percebo agora que a altura de Sherlock maior para Watson, ou no mínimo igual é tão essencial para o personagem quanto sua magreza e quase tanto quanto sua inteligência, sutileza e esperteza! Foi fácil de engolir a perda do boné, sobretudo e do cachimbo em outras adaptações ...mas a altura...NÃO DA! Um Holmes baixo mais que qualquer das liberdades tomadas com o personagem até hoje, faz Doyle revirar no túmulo!
No mais a série é boa! Tem suspense, clima policial e de mistério e uma dose de sobrenatural incomum nas histórias de Holmes mas que percebo, casa bem com o personagem! Os protagonistas de fato são estes tais irregulares, um grupo de 5 jovens praticamente adolescentes (um deles um príncipe disfarçado) que ajuda, primeiro Watson e depois Holmes (yeah! boa parte da trama Holmes é só assunto, não aparece) a solucionar um terrível mistério que ameaça a própria humanidade! Cada episódio tem uma história diferente, um caso diferente para eles investigarem(preparem-se amigos do oculto; aparece até a indefectível Golden Dawn Order); contudo cada um deles ligados a este fio condutor que seria quem ou o que esta por trás destes diversos fenômenos e que pode destruir a própria civilização. Série com 8 episódios de 50 minutos cada! Em tempo: eu entendo que certas liberdades criativas possam ser usadas! De certa forma os papéis são universais! A interpretação é universal! Uma peça de Shakespeare em África teria obviamente atores negros naturalmente. Isto nunca foi o problema. Um ator e um papel independem de raça ou cor mas o que estamos a ver agora no mundo é algo bem diferente disto. Não é a afirmação de que a arte é universal, os personagens são universais e os intérpretes idem! É a implementação e implantação sutil de uma agenda ideológica para forçar mudanças à custo da verdade, por mais que ela seja nua, crua e dura! E isto é intolerável para quem tem bom senso e sabe que mudanças reais não nascem baseadas em ilusões nem muito menos negação da verdade e alicerçadas em mentiras.


Pax et lux
Valter Luís (Taliesin)
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