- 8-BIT CHRISTMAS/NATAL EM 8 BITS - EUA - 2021 - HBO MAX - Nota 9.5 🌟🌟🌟🌟 -
Qual o maior sonho de consumo de 9 entre 10 crianças que entre 1981/1990 tinha entre 07 e 15 anos?! Os adultos hoje na faixa dos 38 aos 55 anos sabem do que eu falo! A geração de crianças e adolescentes de primeira hora que viveram os anos 80 foi a primeira geração de crianças a vivenciar o frenesi da tecnologia dos jogos, dos aparelhos mais sofisticados de som, a TV por assinatura, os primeiros computadores de porte médio para uso em escritórios, bibliotecas, escolas e para alguns sortudos em casa, os filmes blockbusters no cinema (que na verdade começou em 1975 com Tubarão mas teve sua década orgástica na década de 80) e o prazer de vê-los em casa depois nos vídeos cassetes alugados nas onipresentes locadoras… vivenciaram a revolução e a época áurea nos e dos quadrinhos de super-heróis… e foi a década que marcou definitivamente a ascensão dos nerds ao orgulho universal de ser… estranho! Não foi a minha geração totalmente neste sentido! Comecei a década já com 16 anos… então a vivenciei como alguém entre a adolescência e a primeira juventude e não entre a infância e a adolescência. Mas fui dos primeiros a cursar o curso de técnico em informática e depois digitação para mexer com computadores entre 1980 e 1986… e peguei toda a mítica dos blockbusters, então não tenho aquele sabor doce e peralta da infância/adolescência cimentados nesta década mas na anterior, os anos 70, contudo tenho o sabor rebelde e aventuroso da adolescência e primeira juventude manifestos nesta época, hoje tida pelos saudosistas como dourada! Era boa?! NÃO! Era Excelente! Mas como tudo na vida tinha duas faces! O bom era que a face rota tinha um potencial muito menor de manifestação naqueles tempos do que atualmente! Para dizer a verdade a época que vai de meados dos 50 (alguns começam a contar na verdade no fim da segunda grande guerra) até 2001 mas principalmente entre 1975/2001 foi, segundo os estudiosos contada como a mais feliz (talvez o termo correto ao se olhar o copo menos cheio seria…menos ruim) de toda história conhecida humana!
Citei acima tudo o que encanta aos realizadores de obras do cinema e TV revisitando os 80 e deixei só agora para falar do verdadeiro sonho de consumo daquela geração…
O NINTENDO!
Qual o sonho de uma criança próxima da adolescência hoje? Um celular de ponta! De preferência um iPhone! E para o que? Principalmente jogar! Qual o sonho das crianças dos 80?! O Nintendo… e para o que? Jogar oras bolas! O Nintendo era o iPhone do pessoal daqueles tempos! Não sei mas acho que talvez, desta tal “geração feliz” as crianças para a adolescência dos 80 foram a primeira geração que uniu o prazer supremo do mundo tecnológico (havia as Lan House com os imensos aparelhos de jogos também) com as ainda populares brincadeiras tradicionais das pessoas de todas as épocas com esta faixa etária! Hoje tem? Sim! Mas o mundo virtual, sedentário e fechado tem uma preponderância maior…muito grande!
No filme um pai dos dias atuais tenta, ao contar a história de sua infância para sua filha explicar-lhe porque o desejo dela a qualquer custo por um novo celular precisa de esclarecimento e uma nova perspectiva. Então ele conta a sua história naqueles tempos e de seus amigos e como tentaram a qualquer custo conseguir um Nintendo!
É um filme muito bom, bem conduzido, bem interpretado(Neil Patrick Harris, Steve Zahn, David Cross e June Diane Raphael são os nomes conhecidos da trama e o garoto Winslow Fegley faz o protagonista quando criança) e que tem aquele clima nostálgico para quem gosta de filmes assim e aliado também ao inefável clima natalino já que o Natal é pano de fundo para esta busca desenfreada pelo consumo! Obviamente que a grande lição do filme é… será que a conquista de um bem de consumo a qualquer custo realmente traz felicidade?! Nossa atual civilização pode estar COMEÇANDO a entender esta questão que soa à nós como um enigma da esfinge com a advertência capitular desta:
DECIFRA-ME OU TE DEVORO!!!
Pax et Lux
Valter Luis (Taliesin)
Nenhum comentário:
Postar um comentário