Bons sonhos…
A Noite derrama-se sonolenta sobre uns e caliente e vibrante sobre outros.
A alguns traz melancolia e a outros uma coisa estranha, sanguínea, incontrolável, que os derrama nas ruas e recantos mais fosforescentes ou sombrios das cidades/arcas humanas.
A Noite convida também os amantes…
Aqueles que vestem-na como lençol e cobertor… como mantas de juras muitas vezes legítimas em relações as vezes nem tanto. Em quartos cúmplices devora-se o fruto de Afrodite… mel e fel… elixir e veneno… doce e salgado…
A Noite é cheia e vazia…
Cheia de sons muitas vezes ocultos e vazia de comprometimento com a revelação. Aliás… Ela é A Iniciadora nos Mistérios por excelência.
A Noite é aquilo que por fim só ela realmente sabe…
Indecifrável por absoluta necessidade de não ser compreendida…
Poucos ousaram retirar-lhe o véu, só para descobrir outro e mais outro, como camadas infindáveis cujo número síntese é 7.
À Noite acontecem os melhores bailes, as sessões de filmes e peças mais concorridas, os espetáculos artísticos mais importantes e os shows que abalam jovens almas em busca do indefinido. Circos, parques, TVs também, na Noite tornam-se caminho ao mais recôndito interior dos que penetram nas linhas da fantasia.
A Noite contudo inicialmente queria ser apenas o berço dos humanos. Com melodias onde grilos e e a fauna cantante noturna, embalariam a recolha humana enquanto vagalumes seriam a hipnótica iluminação para seu sono, e um misto de calor e frescor os envolveria nas redes de Morfeu.
Mas em algum momento as coisas deram errado… não só para os humanos mas para tudo e todos… e as noites passaram a ser puro terror onde o sono poderia ser ceifado sem dó pela morte predadora.
E assim surgiu o fogo… este corte, este rasgo na Noite agora assustadora, e que possibilita A Raça reagir e vencendo chegar onde chegou.
Mas olhando lá fora este mundo nesta noite, um pedacinho da Noite, um lado teima em perguntar:
Vencemos o que mesmo?
E A Noite responde somente para quem tem aqueles verdadeiros Ouvidos Mestres que forjam o diferencial.
E somente eles… mais ninguém poderão um dia voltar na Noite a ser… verdadeira Humanidade…
Valter Luis (Taliesin)
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