No fim do ano passado eu fiz uma homenagem, um necrológio a Monica Vitti, que não sabia ter morrido naquele ano. Fiz menção a GINA LOLLOBRIGIDA… e eis que hoje ela se vai aos 95 anos! Naquela ocasião eu falava das 6 grandes deusas que dominaram o cinema italiano, cresceram para o domínio europeu e alcançaram por fim fama mundial a partir dos anos 50! Falava das duplas interessantes que elas faziam rivalizando entre si(não sei se conscientemente): Silvana Mangano X Ana Magnani…Gina Lollobrigida X Sophia Loren… Monica Vitti X Claudia Cardinale. Até o início do ano passado 4 destas deusas estavam vivas… agora só restaram duas… Sophia e Claudia… foram-se ainda no início dos 70 Ana e Silvana e agora Monica e Gina.
De todos os grandes símbolos sexuais italianos Gina foi a mais voluptuosa! Mais até do que Sophia! Enquanto Silvana e Ana era uma sexualidade mais natural, Sophia e Gina era algo mais voluptuoso e Claudia e Monica algo mais sutil… ( no entanto todas elas tinham em maior ou menor grau naturalidade, voluptuosidade e certa sutileza em suas auras de sex simbol). Gina vence Sophia neste quesito a meu ver, mas o impacto de Sophia foi maior no mundo do cinema! Das 6 Sophia foi a que se deu melhor por exemplo, no cinema americano( aliás, extremamente bem, a ponto de ser escolhida no fim do século passado, como uma das 25 atrizes mais importantes do cinema americano no século 20, pela AFI) seguida por Gina em segundo e Claudia em terceiro. Depois vinham Ana, Monica e Silvana.
Gina era das 6, uma das de traços mais perfeitos…muito bela… o corpo era algo colossal!
As 6 também primavam por um talento excepcional! Todas eram, além de grandes símbolos sexuais e grandes estrelas, grandes atrizes também, com Silvana e Ana sempre presentes nas listas de melhores intérpretes daqueles tempos e as outras 4(principalmente Sophia) vez ou outra também.
Os melhores filmes deste grande ícone do cinema foram: Amor de Palhaço de 1948, Miss Itália de 1950, Filhas do desejo de 1950 com Marcello Mastroianni, A rebelde de 1951, Outros tempos de 1952 com Vittorio de Sica, Fan-Fan La Tulipe de 1952 com Gérard Philipe, As infiéis de 1953 com Marina Vlady, May Britt, Tania Weber e Ana Maria Ferrero, O Diabo riu por último de 1953 com Humphrey Bogart e Jennifer Jones, Pão, Amor e Fantasia de 1953 com Vittorio de Sica, A insatisfeita de 1953 com Gabriele Ferzetti, Pão, Amor e Ciúme de 1954 com Vittorio de Sica, Ousadia de Valente de 1954 com Errol Flynn, A mulher mais bela do mundo de 1955 com Vittorio Gassman, Trapézio de 1956 com Burt Lancaster e Tony Curtis, O corcunda de Notredame de 1956 com Anthony Quinn( este mito contracenou, à exceção se não me engano Monica, com 5 delas), Ana de Brooklyn de 1958 com Vittorio de Sica, Salomão e Sheba de 1959 com Yul Brynner, Quando explodem as paixões de 1959 com Frank Sinatra e Steve Mcqueen, A lei dos crápulas de 1959 com Marcello Mastroianni, Melina Mercouri e Yves Montand, Quando setembro vier de 1961 com Rock Hudson, Sandra Dee e Bobby Daryn, Nua no mundo de 1961 com Ernest Borgnine e Tony Franciosa, A Venus imperial de 1962 com Stephen Boyd, Mar Louco de 1963 com Jean Paul Belmondo, A mulher de palha de 1964 com Sean Connery, Amor à italiana de 1965 com Rock Hudson, As bonecas de 1965 com Monica Vitti, Virna Lisi, Elke Sommer e Nino Manfredi, Hotel Paradiso de 1966 com Alec Guinnes, Amante à italiana de 1966 com Louis Jordan e Phillipe Noiret, O jovem rebelde de 1967 com José Ferrer, Louis Jordan e Horst Buchholz, Buona sera, Mrs Campbell com Shelley Winters, Lee Grant, Telly Savallas, Peter Lawford e Phil Silvers, Duelo de Maus de 1971 com James Mason e Lee Van Cleft, Rei, Rainha e 3 corações de 1972 com David Niven, As aventuras de Pinocchio de 1972 com Vittorio de Sica e finalmente Tupo pela honra de 2003 com Penélope Cruz e Vincent Perez. Não foram só estes claro. Todos eram filmes muito bons mas memoráveis mesmo podemos citar os filmes com seu principal parceiro italiano: Vittorio de Sica, os filmes com seu principal parceiro americano: Rock Hudson, O Diabo ri por último, Trapézio, Salomão e Sheba, O corcunda de Notredame, A Venus imperial e A mulher de palha. Alguns deles podem até ser definidos como clássicos. Nenhum contudo eu definiria com gigantesco sucesso de bilheteria ( apesar de fazerem muito sucesso) ou obra prima. O filme clássico dela que além de sucesso, memorável e clássico mais se aproximou de ser uma obra prima a meu ver foi Trapézio. Como se vê, na lista de filmes citados ela contracenou com algumas das maiores lendas do cinema italiano, europeu, americano e consequentemente mundial.
Gina era uma das últimas provas vivas de uma era onde os astros e estrelas de cinema eram tão ou até mais memoráveis que as estrelas da música. Uma época que não implicava somente em ser famosa (o) e formador de opinião mas um verdadeiro selo de qualidade …a ponto que sua vida pessoal era guardada a ferro e ferrolho! O número deste tipo de estrela a partir dos anos 90 veio se reduzindo cada vez mais e de um universo onde havia uma infinidade hoje encontramos um número muito menor. Descanse em paz grande Gina! La Lollobrigida!
Valter Luis (Taliesin)
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