ESTE TEXTO TEVE ORIGEM EM UM POST DE MINHA AMIGA SILVANA MARTINS FREITAS, A SIL...
ELA POSTOU A FOTO ABAIXO E SIMPLESMENTE DENOMINOU:
DA SÉRIE CERCAS...
NAQUELE MOMENTO VENDO A IMAGEM E LENDO A FRASE TIVE O INSIGHT DESTE TEXTO.
ESPERO QUE GOSTEM
GRATIDÃO QUERIDA AMIGA SIL...
A HISTÓRIA CONTADA A SEGUIR É UM MITO CRIADO LIVREMENTE EM CIMA DE OUTRO MITO MANTENDO A ESSÊNCIA DO MESMO INTACTA APENAS TOMANDO LIBERDADES NOS CONTORNOS DESTE.
ESPERO COM ELE NÃO OFENDER SUSCETIBILIDADE DE NINGUÉM
REPITO: É UM MITO, E MAIS; UMA LIVRE CRIAÇÃO, FANTASIA SE AGRADAR MELHOR OUVIDOS MAIS SENSÍVEIS, OU QUEM SABE, UMA PITADINHA DE VERDADE?
VALTER
Fui criado da terra mais negra,
mais fértil, mais rica eu e ela;
ela e eu;
Dai que me chamaram Adama.
Adama o saído da terra, o
retirado do humo negro e fértil
da terra. Dizem que eu deveria
ser branco, mas qual a cor da terra?
Vermelha ou negra, talvez marrom?
Branca e ainda assim perolada é
a areia do mar e a argila, assim
contém a terra toda as cores humanas,
Contém a terra todos os tons de cada
um que se diz..EU SOU.
Desta terra, tá bom, que seja vermelha
então ou branca que não o negro ou
marrom se mesmo assim ferir
suscetibilidade, nasci e procedi.
Desta terra profunda e vasta, enorme,
gigante, assustadora.
Num lugar assim fomos recolhidos
por mão de seres imensos, gigantes
de pele ora azul, ora dourada,
e em torno deste lugar, numa
extensa área criaram uma imensa
cerca circular formada por imensos
troncos de árvores vivas, arbustos
entrelaçados às mesmas, mas tudo
tão milimetricamente perfeito que
nem uma abelha conseguia traspassar
sem que para isto empreendesse vôos
muito elevados.
Ali, naquele imenso jardim, cortado
por 4 braças de um rio primordial,
braças estas tão extensas que por si
só eram rios, em meio a lagos luxuriantes
de vida, flores, rosas, árvores frutíferas,
perfumadas, animais diversos
estivemos eu e ela, Eva;
nus, absolutamente nus, sem medos,
sem freios, sem sentirmos rigores do frio
ou do quente, apenas nus.
Nosso lar era um extenso caramanchão onde
dormíamos. Nosso domínio era tudo e
qualquer lugar daquele imenso lugar.
Caminhávamos e falávamos com todos
os animais, não havia esta coisa de irracional,
mas uma profunda inocência. Nem nós eramos
racionalidade atuante. Eramos sim pura sintonia,
pura magia, pura intuição, puros como são os elementais
dos mitos e lendas.
A racionalidade nasce como necessidade de
se adaptar ao adverso e ali nada havia de adverso
assim a intuição era nosso bem mais visível e foi
exatamente dela que prescindimos quando mais
precisávamos, quando uma de nossas amigas
diletas nos contou a primeira e mais ferina
das histórias de caroxinha, aquelas histórias
aparentemente inocentes mas que guardam nelas
monstros terríveis e assustadores.
Ouvimos e fomos enfeitiçados pela forma com que
contou e quando demos por fé estávamos fora
de nosso jardim, com corpos mais densos, rústicos,
a vestimenta de luz que usávamos como corpo
não mais existia e dois dos seres magistrais guardavam
algo que viemos descobrir ser a entrada do vasto
jardim.
Esta amiga? Bem, ela não era um animal como pensam,
mas um dos gigantes ocultos sob a pele velada dos
mistério, um daqueles que ousou discordar dos rumos
que davam para nossa evolução.
Tudo enfim acabou,
Naqueles dias outras cercas foram criadas,
Cercas para nos proteger de um mundo hostil,
Cercas para nos proteger de outros irmãos,
sim pois viemos a descobrir que havia humanidades
fora do jardim, só que menos evoluídas do que nós.
Percebemos então com uma nova compreensão
que naquele lugar estávamos não só em um lugar
cercado mas em uma outra esfera de ser.
Percebemos então que aquele imenso lugar era mais
sutil que todo o resto e que ao sairmos dali ele
simplesmente fugia progressivamente de nosso olhos,
ou seriam os nossos olhos que perderam o foco,
a capacidade de vê-lo?
Tudo sumia progressivamente
e enquanto nos tornávamos
mais densos a cerca ia se tornando
mais e mais imperceptível e até os gigantes que
guardavam a entrada sumiam progressivamente.
Entretanto continuávamos a trazer ali nossas oferendas
votivas, em uma tentativa de agradá-los de
reconquistá-los, até o dia fatídico que nosso filhos
quebraram o último fio de esperança.
Era uma tarde gostosa, mesmo ali não sendo o jardim
o tempo e as estações naqueles tempos eram brandos
e as mudanças pouco perceptíveis.
Caim e Abel nossos primogênitos levaram suas ofertas
votivas aos gigantes e até hoje não entendemos direito
o que aconteceu.
Abel nos disse que os gigantes rejeitaram
a oferta de Caim e saborearam prazerosos a dele.
Caim nos disse que Abel ficou a bajular os gigantes como
uma rameira e foi isto que os fez aceitar sua oferta.
Passaram-se alguns dias e algo terrível se deu.
Nós trazíamos diferente dos outros humanos, sangue
azul e dourado dos grandes gigantes em nossas veias.
Eramos uma raça miscigenada entre o humano comum
de fora do jardim com eles 'os descidos das estrelas'.
Portanto tínhamos uma capacidade incrível de viver,
uma saúde de ferro, uma resistência ao meio ambiente
soberbas, eramos maiores, bem maiores que os humanos
comuns apesar de termos vindo do mesmo barro que eles,
eramos também mais bem proporcionados de corpo,
mais belos, mais altivos, algo entre os imensos gigantes
e os pequenos humanos,e eramos muito mais inteligentes..
Ao sairmos do jardim morávamos numa grande montanha
não muito distante dele, ali pela nossa imensa capacidade
intuitiva e agora racional, construímos logo uma civilização
portentosa, filhos e filhas nasceram em profusão e em menos
de 100 anos eramos prósperos e isolados dos demais humanos
que nos olhavam com temor e respeito quase tão visceral quanto
olhavam os gigantes dourados e azuis.
Foi nesse cenário que houve a primeira e até hoje mais sentida
grande cisão entre nós.
Num ato insano os dois herdeiros duelaram e Caim matou Abel.
Foi um combate, não um assassinato puro e simples como acreditam
hoje. Foi um confronto entre dois irmãos, herdeiros do trono,
com duas visões diferentes de futuro para nós.
Ali começou realmente o fim de uma era e ao olhar o horizonte
percebi que a última visão do jardim esvanecia-se no horizonte.
NUNCA MAIS O VI!
Morto Abel meu filho amado, Caim seu algoz e irmão e não menos
amado foi-se com uma imensa caravana de nossos irmãos.
Muitos pensam que quando estes tristes fatos se deram eram só nós
e eles, nada mais enganoso. Eramos já uma grande civilização de uns
bons milhares de homens e mulheres considerados semi-deuses pelos
humanos comuns, e nesta situação com grande poder de realização e
adaptação. Nada era tão dificultoso assim para nós e criarmos em
nosso entorno um mundo adaptável às nossas necessidades.
Caim partiu e com ele o coração de Eva!
Eva o amava intensamente pois abrira-lhe a passagem,
era seu primogênito de fato vindo Abel logo em seguida
pois eram gêmeos.
Na verdade nasceram 6 crianças de uma só vez;
3 machos e 3 fêmeas;
Primeiro vieram Caim, Abel e suas irmãs em seguida vieram
Set e sua irmã.
3 Casais!
Não havia proibição de coito entre irmãos naqueles tempos,
tudo era muito natural, tudo era visto como preservação da raça e
portanto naturalmente um se deu ao outro quando o tempo chegou,
e logo filhos e filhas nasceram e no espaço de 100 anos entre nossa
saída do jardim e o êxodo de Caim a população avançou célere.
A enorme caravana de Caim sumiu no horizonte e nós voltamos para
nossos afazeres sem nos atinarmos que ali começava uma nova era.
Uma era de dor e separação incalculáveis entre os filhos e filhas
de Deus que causaria a extinção das demais raças humanas-
alguns conhecidos por vocês hoje como Neanderthais - e o embate
de sangue entre as raças irmãs filhas dos deuses começaram ali
Neste cenário cercas viraram muros,
muros viraram muralhas, dentro de tais muralhas vimos surgir imensas
cidades e centenas de anos passados estávamos a ver impérios dos
descendentes de Caim dominarem o mundo, criando conflitos de tal
monta que nos anais dos povos hoje figuram como meras lendas.
Por nosso grau avançado de intelectualidade, tão próximos ainda
estavam dos gigantes que as mudanças de tecnologia era rápidas
e em menos de 500 anos tínhamos uma civilização em muitos
detalhes mais evoluída que as atuais.
Nós todavia continuávamos em nosso monte.
Os gigantes nos ajudaram a camuflá-lo para que as civilizações
cainitas não nos detectassem.
Eles nos apareceram pouco depois da partida de Caim,
não nos prometeram o retorno ao Éden mas sugeriram
técnicas de meditação que nos colocariam em contato
com eles o que pelo nosso grau avançado foi fácil de fazer.
Ali pudemos ficar em paz e sossegados por um bom tempo.
O tempo passou e nosso monte se tornou o lendário monte
primordial, o monte dos pais e mães originais.
O Meru dos deuses para os povos do nosso futuro.
Caim e suas hostes mais próximas bem sabiam onde estávamos
mas perceberam que seria anti produtivo atacar-nos
por que perceberam a energia sutil a nos proteger e assim criaram
em nosso entorno progressivamente um mar de cidades sufocantes
ao ponto que alguns de nossos filhos e filhas curiosamente
olhassem e quisessem conhecer.
E foi assim que o passo foi dado para mais uma catástrofe.
Ao iniciarem visitas às cidades dos cainítas nossos filhos e filhas
quiseram ter o mesmo estilo de vida deles e pouco a pouco diante
da recusa minha, de Eva e Set em fazer-lhes as vontades pouco a pouco
foram indo embora.
Poucos foram os que sobraram quando as águas do grande dilúvio
engolfou o mundo.
Dizem que foram os deuses que o provocaram,
sim, foram os deuses egocêntricos da civilização de Caim,
homens amantes de si mesmos, pessoas destituídas do divino em si.
Depois daqueles dias as cercam continuam presentes nas nossas
vidas.
Desde a cerca primordial o véu que nos afastava da vida mais densa
até as cercas que nós mesmos construídos e que nos separam uns
dos outros, elas proliferaram mundo afora.
Não há o que negar que cercas também são protetoras como
era aquela cerca natural do Éden que separava um mundo dentro
de outro mundo, o mundo dos deuses, o jardim sagrado, daquele
mundo mais denso de homens e mulheres menos sutis, mais carnais
do qual hoje todos meus descendentes fazem parte.
SIM!
Hoje não há diferenciação entre humanidades, não pelo menos
entre vocês pois assim como o jardim se sutilizou e ocultou-se
aos olhos profanos, o monte sagrado, o Meru dos deuses
não é mais visto por olhos que querem ver só para os merecedores.
Ali ficou nos momentos finais da raça ante diluviana o círculo
protetor, uma cerca energética que após o cataclismo abriu-se
para receber alguns dos grandes iniciados da raça noética.
Também nos profundos da terra, alguns bolsões de civilização dos
semi-deuses foram construídos e resistem até hoje.
Noé na verdade mais que um ente é um grande mito de salvação
que encerra em si os que escaparam em naves, grandes naus
como vossos submarinos, e muitos que se encerravam em cidades
ocultas no centro da terra.
Muitos daqueles meus filhos e filhas voaram para estrelas distantes
e hoje sem vocês saberem os visitam com aparência de deuses
mas tão humanos e irmãos de vocês como qualquer um outro
dos que ocultos aqui vivem.
São diferentes e são iguais.
Diferentes porque guardam mais similaridades entre os deuses
que vocês já que a miscigenação deles ainda é a original.
Iguais porque o objetivo original dos deuses nunca foi
criar separação efetiva e definitiva entre humanos comuns
e os miscigenados mas com o tempo que estes últimos
viessem a guiar os demais ao ponto evolutivo comum que era
intenção dos deuses atingirem.
a amálgama total de Caim portanto no fundo era o objetivo,
ele estava certo, só errou na forma como fez isto.
Esta ansiedade sempre foi a morte deste meu filho.
Os tempos passaram...
O passado hoje esta envolto em histórias...
Envolto em contos,
Envoltos em lendas,
Envoltos em mitos,
Mas para onde vocês olharem e verem uma cerca,
uma cerca que define propriedade ou proteção.
que significa divisão e contenda ou preservação,
Ali esta a memória original da primeira cerca dimensional,
formada por árvores frondosas, ramagens entranhas e um
brilho intenso em torno delas que tudo sutilizava e nos
fazia habitantes de um mundo que não existe mais.
Cercas...
Mesmo aquela,
Chegou a hora de todas deixarem de ser,
De cair, de permitir que raças se encontrem,
que irmãos e irmãs se confraternizem.
Que novas histórias possam vir a ser contadas
sem o senso e o sentido da separatividade ou
da eleição...
Cercas...
Já vão tarde!
Um dia o Éden surgira de novo reluzente...
E em torno dele NADA mais haverá
e um pouco adiante brilhará Meru em toda
a sua glória e também livre será ali o acesso.
Neste dia os deuses estarão de volta na terra...
E NADA MAIS SERÁ O MESMO!
E uma Nova Era se iniciará...novamente...
Valter Taliesin
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