sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A MORTE DE ARTHUR...Poema em Prosa e Verso...

A MORTE DE ARTHUR

O cavalo relinchou e o cavaleiro desceu,
na mão a brilhante espada reluzia, tão
mágica em sua beleza, tão encantada
em sua formação que por um pouco o
rival parou emudecido.

Mas foi um breve espaço de tempo
 ou seria de tempo no espaço?
Em seguida o choque do ferro contra
o ferro, metais ambos encantados, pois
como enfrentar excalibur de outra forma?

Cantaram as espadas o som de batalhas
antigas e recentes, cantaram até o som
de batalhas que viriam, batalhas inclusive
não feitas por espadas, nem com códigos
de honra entre guerreiros pois o que
Mordred trazia ao mundo ali, ficaria como
que manchado na mente dos homens e o que
já era insano, o confronto entre irmãos, se 
tornaria completamente perverso.

Os minutos corriam, e os espadachins se
movimentavam para lá e para cá, ao longe
cadáveres cobriam um vasto campo acenando
para a triste verdade do fim de um sonho, 
de uma utopia de paz.

A cada golpe um gemido, a cada empurrão
uma gota de suor...ao longe quem passasse
nunca imaginaria que naqueles dois seres
raivosos, pai e filho, sangue de sangue
brigavam pelo direito de viver.

Sim, havia verdade na espada e na luta
de Arthur e a vileza e a mentira dominavam
o coração de Mordred...mas de que isto,
estas coisas importavam se tudo o que
de mais sagrado e que une os homens
ruía sob os pés de suas botas?

Camelot e a Távola tão sonhada ruíam,
o mundo jamais seria o mesmo...
As esperanças sepultadas seriam,
ainda que um dos dois restasse,
Ainda que somente Arthur escapasse!

Quando foi que tudo desmoronara?
Pensava o rei entre gritos e gemidos!

Quando o sagrado tornou-se profano
aos olhos de seu pai Uther?
Ou quando ele e Morgan foram usados
em um ritual de fertilidade ancestral?

Seria no seu nascimento ou no de Mordred
que estava a semente da destruição embutida?

A quase uma hora eles combatiam... pouco a
pouco o campo de batalha em torno de si
silenciou, os poucos guerreiros que restavam
de ambos os lados começaram a se achegar 
silenciosos, em muitos olhos viam-se lágrimas,
pois a cena de pai e filho em luta feroz
onde deveria haver amor e amizade era como
um selo seboso de ódio sobre tudo o que acreditavam.
Até os inimigos temerosos perceberam isto!
De que valia conquistar um reino cuja alma se
esvaia sob os golpes daquelas duas espadas
mágicas?

De repente um simples graveto selou o destino
da contenda Mordred salta, espada em punho
pronto para dar um golpe fatal e mortal no 
pai, caído apos escorregar e perder o equilíbrio
em um simples graveto(seria obra das artes
negras de Morgause ele estar ali naquele momento?)
Mergulhou rasante sem nada temer...
Arthur viu o brilho da arma do filho
refletida em seus olhos azuis e por um momento
imaginou-se embalando-o, brincando com ele
nos campos, sorrindo, correndo felizes,
abraçados como pai e filho deveriam ser e viver,
e grossas lágrimas embaçaram seus olhos quando
o rei desistiu de viver...

A espada de Mordred desceu mortal e tocou
fortemente os ombros forrados do rei mas
antes sentiu no meio, de frente, o impacto
fulminante; excalibur entrava em si completamente...

Sim, o rei tinha perdido o desejo de viver
mas não o juízo para permitir que sua cria
nefasta permanecesse vivo e torna-se o que
já seria doloroso em caos total para a humanidade.

As mãos de Mordred afrouxam,
o olhar arregalado e enregelado da morte
anuncia que o fim lhe chegou sem perceber...

Cai sobre o pai como um fardo pesado,
uma culpa sentida, sangrando,
destilando com este toda a dor do mundo.

Tudo para...

Nada se move...

Testemunhas do duelo fatal dirão nos dias
que virão que a única coisa que cortou
o espaço foi o som de um grito apavorante
que juram, viera das gargantas infernais
de Merlin, o estranho arquiteto de tudo e
sumido fazia anos...
Se ali estivesse nada disto teria ocorrido
pensavam eles...

Pouco a pouco movimentos foram
sendo feitos...os petrificados assistentes
da luta insana ouviram nos céus fortes
trovões, relâmpagos cortavam os céus,
de repente um frio assustador trazido por
um vento tremendamente forte envolveu
a tudo e a todos...
A chuva então desceu torrencial.

Percival e Bedovar foram os primeiros
a acudirem o rei...

Tiraram Mordred de sua posição medonha
e tentaram levantar Arthur...

Este com a espada do filho com o fio
quase que inteiro encravado no ombro
apenas olhava, com os olhos esmaecidos
o rosto assustador do filho enquanto era retirado.

Em outra ocasiões consultariam Lancelot sobre
o que fazer, mas este misteriosamente havia sumido
também, pouco depois da rainha internar-se em um
convento e Merlin escafeder-se...
Rezavam lendas que um andarilho cabeludo, barbudo
e louco que andava pelas cercanias do reino era
o que restará dele...

Galahad seu filho chorava...

O rei com voz fraca o chama...

- Venha até cá filho...

Galahad se aproxima e se ajoelha...

O corpo treme entre soluços...

Arthur toma as suas mãos...

Pede que seja erguido...

Encostam-no sentado a um tronco enorme caído...

E então com voz forte, arrancada do íntimo de
sua alma ferida proclama:

- Eis vosso rei!

- A partir de hoje Galahad filho de Lancelot e Elaine 
reinará sobre vós...que seu reino dure por muitos anos
e que todos jurem aqui e agora servi-lo como serviram a mim.

Galahad tenta protestar, sente-se incapaz de algo tão vultoso
mas a mão do rei colocada sobre seus lábios silencia-o...

Os cavaleiros se ajoelham e diante dos dois vultos
monumentais juram fidelidade a Galahad...

Levantam-se, ninguém quer falar, nem há ovações
ao novo rei, somente o choro convulsiona suas almas!

Arthur pede e Bedovar e Percival se aproximam dele e de 
Galahad... ordena então o rei que o levem até as cercanias
do grande e profundo lago no qual entre as brumas, já
se perdendo de nosso espaço/tempo se oculta Avalon...

Quando lá chegam, os 3 cavaleiros tiram o rei da maca
de madeira improvisada como carriola e que por eles
fora puxada com o rei deitado, abraçado a excalibur e
tendo ao lado a espada nefasta do filho.

Nem a chuva torrencial, nem os ventos alucinantes
foram capazes de afastar as densas brumas que
ano a ano viera encobrir Ávalon da vista dos mortais,
e pelo contrário, parece que agora estão mais densas,
escuras e ameaçadoras.

Ali o rei ordena que peguem a espada de Mordred
e a lancem profundamente no lago, Bedovar faz isto
e no futuro a tradição confundirá esta com excalibur.

Depois pede que lancem Excalibur...

Galahad o herdeiro real é quem faz isto...

Lança-a o mais distante que pode e no entanto
não se houve barulho desta caindo na água...

Passam-se alguns minutos...

Todos contemplam as brumas quando então
uma enorme barca sai dentre estas para a margem
onde estão...

Ao redor vem mais quatro barcas menores e o pequeno
mas faustoso cortejo chega até as margens...

Com olhar extasiados os 3 guerreiros percebem
que excalibur jaz nos braços da grande sacerdotisa
como se a mesma a tivesse pego no ar quando lançada.

Um manto negro com um enorme capuz oculta sua face... 

Desde a morte de Viviane sabe-se que há nova grande
sacerdotisa mas ninguém sabe-lhe o nome...

O capuz então é jogado para trás e abismados eles
vêem quem se oculta...

MORGANA!

Sim, Morgana a mãe de Mordred!

Para muitos e para muitas correntes das lendas
que virão a verdadeira culpada de tudo o que aconteceu...

Mas ali, naquele momento a verdade soa outra...

Com os olhos marejados ela se ajoelha ante o rei
deitado...

Com ela belas damas, sacerdotisas da grande ilha...

Ela abraça o irmão moribundo e lhe fala ao ouvido...

Arthur acena que sim...

Nada mais é dito...

Ela ordena e serviçais colocam o rei na grande barca...

Todas voltam para seus barcos e de lá Morgana lança
um último olhar aos cavaleiros...

Então exlpica...

- Merlin não abandonou Arthur mas foi vítima de um feitiço
perpetrado pela apóstata Nimuhê em sua paixão infame
pelo grande mago que dela bebeu a poção do amor e 
enfeitiçado esta até hoje na caverna dos cristais eternos,
longe da dimensão deste mundo, mas de lá seu grito
de agonia e dor foi ouvido quando Arthur caiu.

- Mordred em tudo obedeceu as sandices da tia Morgause
e em vão eu tentei dissuadi-lo pois em minha ausência
foi a Morgause e seus encantamentos que ele aprendera
amar e obedecer e ao ódio desta por Arthur e tudo
o que ele representava, um ódio tão insano, quanto
insano é todo o ódio que os humanos possam ostentar.

- Vão em paz cavaleiros, digam a verdade sobre Ávalon
e digam que um dia Arthur voltará...
E quando ele voltar o chão tremerá pois será nos estertores
deste mundo...numa era ainda futura quando as guerras
serão feitas como que por magia...

- E então finalmente as brumas voltarão a se abrir
e Ávalon resplandecerá de novo em toda a sua glória...

Morgana sobe então na nau e esta parte...

E sobre ela as brumas se fecham totalmente...

Quando então de repente se abrem e
 sumiram o lago e todas as estruturas
que denunciavam um dia ter existido ali o santuário da Deusa...
Apena resta um enorme monte e não mais a ilha toda,
o monte onde estava o santuário cristão...
E monges boquiabertos diante do feito mágico que fez
sumir diante de seus olhos toda a sua ilha só lhes
deixando o torrão de chão sagrado e mais...todo o
imenso lago ao redor...sumira...

Os cavaleiros montam e seguem adiante...

Nada mais os segura ali..

O futuro diante deles soa incerto...

Não sabem o que farão...

Apenas tentarão fazer o que sempre fizeram...

O MELHOR!!!

E honrar  o máximo que puderem
a imagem do grande rei e do grande
ideal que um dia ele representou!!!

AWÉM!!! AWÉM!!! AWÉM!!!

A morte de Arthur...

por

Valter Taliesin

VÍDEOS SAGRADOS

THE SPIRIT OF THE EXCALIBUR



ENAID - ROAD TO CAMELOT

ENAID - HIRAETH

RNAID - THE ROUND TABLE

ENAID - MAIDEN & THE SAYLOR

ENAID - FALLING SLOWLY

ENAID - ARTHUR'S FAREWELL

FONTE YOUTUBE






FONTE DE IMAGENS GOOGLE





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