"O MITO DO GRAAL NASCE NAQUELE PONTO ONDE O MISTÉRIO DIVINO EM NÓS SE FAZ MAIS SENSÍVEL, FEMININO, AMOROSO"
Valter Taliesin
Ter consciência de que somos mais, muito mais do que imaginamos e pensamos ainda que perdidos neste mar de lama em que vivemos é a grande via escapatória e evolutiva que temos para empreender.
O ser humano como barro, ou seja, como entidade encarnada aqui e dependente de tudo o que lhe cerca realmente nada é de especial, nada tem em si que o diferencie dos demais seres que vivem neste ou em qualquer dos mundos, mas quando olhamos da perspectiva do Eu Maior, tudo muda.
O que entendemos por Eu Maior?
Entendemos que é aquela parte em nós que é um verdadeiro portal rumo ao Infinito.
Uma expressão do divino, do sagrado DENTRO de cada um de nós que quando permitimos(sim porque apesar de todo poderoso Ele é todo respeitoso)direciona nossas vidas, nos mantém firmes ante as lutas e desafios desta vida e nos mantém ligados ao Infinito de uma forma toda peculiar e que somente Deus em nós pode fazer.
Portanto é da perspectiva Deste em nós que podemos ver o mundo ao escolhermos delegar a Ele o que lhe é de direito...o controle de nossa vidas.
Desta perspectiva o mito do graal, do Santo Graal, é um dos mais perenes e poderosos mitos da manifestação da vida divina na Terra.
O graal, ou Santo Graal, pode contudo ser lido por diversos ângulos, por diversas facetas e contudo ter no cerne de si um sentido absoluto de eterno, divino e sagrado.
Quer visto como o cálice que recolheu o sangue de Cristo em sua crucificação e que tinha sido usado por ele na última ceia, ou o ventre de Maria Madalena, sua suposta consorte, ou ainda o sangue real que corre nas veias de seus supostos herdeiros, ou a pedra que caiu da fronte de Lúcifer quando deixou de ser um anjo de luz para se tornar o senhor das trevas, ou o caldeirão mágico de Ceridwen, um mito fora do eixo interpretativo judaico/cristão... ou qualquer outra das visões que se tem dele o fato é que basicamente ele simboliza o receptáculo que recebe algo divino, vivo, sagrado e que tem poder de mudar todo o contexto humano.
No mito da pedra que cai da fronte de Lúcifer, a própria pedra ou esmeralda, de cuja matéria o graal é feito é que é sagrada em si, e por ser sagrada não pode mais adornar a fronte do grande anjo caído, outrora um ser de perfeita hierarquia celeste. Nos demais mitos ele não deixa de ser sagrado mas a enfase maior esta no que ele comporta, no que ele recebe. à exceção talvez seja o caldeirão de Ceridwen que por si só transmutava toda e qualquer substância nele colocada, tornando-a sagrada.
Assim percebemos que no mito cristão a ênfase maior esta no que o graal recebe em si e que o torna tão sagrado quanto o que recebe.
No mito judaico esta no que ele é em si e que só pode permanecer em quem lhe seja atinente, sintônico.
E por fim no mito pagão é o receptáculo sagrado que tudo que entra nele santifica e consagra.
O porque destas pequenas mas substanciais diferenças míticas?
Porque no simbolismo cristão a figura de CRISTO, o Deus feito Homem, é essencial para a compreensão do contexto libertação e transmutação humana. Mesmo os veios gnósticos mais ecléticos preconizam isto:
Cristo quer encarnado na figura de Jesus ou uma potencialidade latente em cada um de nós é a essência ou a Fonte do que é essencial e que consagra de fato o graal, que se torna assim símbolo do que recebe o divino, o sagrado em si e como que por osmose se torna tão sagrado quanto, ou que em contanto com o divino fora de si que então lhe preenche tem em si despertada sua própria potencialidade divina.
Seja como for quer simples taça feita com a pedra caída da fronte de Lúcifer, ou que foi usado na última ceia e como receptáculo, que colheu o sangue de Cristo na cruz, passando pelo grande caldeirão alquímico, o ventre de Madalena e o sangue da linhagem advinda dai, o fato é que em última instância começamos a perceber que por trás das metáforas e figuras o verdadeiro graal é o corpo humano.
Aquilo que Paulo tão profundamente chama em suas cartas como:
TEMPLO DE DEUS!
E o que era recebido DENTRO do Templo divino na Bíblia?
A GLÓRIA DE DEUS!
Ou sua SHEKINAH materializada como nuvem escura luminosa sobre a Arca ou KADOSH, a carruagem divina, materializada na figura da Arca da Aliança!
Que é compreendida como a percepção feminina do sagrado!
Dai porque em relação ao Cristo, todo o ser humano, independente de seu sexo faz parte de um organismo mítico e espiritual conhecido como Igreja, ou Noiva de Cristo, portanto um elemento feminino!
Esta Igreja ou Noiva de Cristo se manifesta antes como a mulher cuja semente esmagaria a cabeça da serpente, depois como a nação israelita, depois individualmente como Maria a Mãe do Cristo encarnado, em seguida como Madalena, o protótipo feminino pessoal maior deste contexto noiva, pois como "aquela que mais amou" o Cristo e melhor o compreendeu é o símbolo perfeito de toda a comunidade cristã e por fim, de toda a coletividade dos que o aceitam.
Por outro lado no contexto pagão esta Shekinah nada mais é que A DEUSA, a face feminina do sagrado e que é a origem de todas as formas de vida materiais deste mundo...dai que Matéria ter sua origem no nome da mãe titânida Réia...MATER-RÉIA do mito grego.
Assim, como útero cósmico a Deusa recebe em si as sagradas fagulhas de luz emanadas do Espírito Supremo e as transforma em seres viventes desde a mais ínfima consciência mineral até as mais requintadas e poderosas entidades do cosmos!
Aqui portanto finalmente chegamos à conclusão que na essência do mito tanto o que preenche o graal quanto o graal em si são de fato...sagrados!
O que preenche é o Espírito, o que recebe é a Matéria, mas dela depende o espirito para se materializar enquanto esta dele depende para se sutilizar...ele precisa daquilo que o torna um veículo de Si mesmo para evolução, ela precisa por aquilo que tem em si mesma de espiritual mas como que embutido, dentro de si oculto, e que em contato com este Espírito, este fogo divino, a água que ela representa se torna em ebulição, se sutilizando, gaseificando-se, vaporizandose e revelando em si sua essência também espiritual.
Vamos agora analisar pormenorizadamente cada um destes que são as mais famosas interpretações do mito.
I. O CALDEIRÃO DE CERIDWEN
Na mitologia celta, Ceridwen era uma feiticeira, mãe de Taliesin, Morfran e a bela filha de Crearwy (ou Creirwy). Seu marido era Tegid Foel e viviam perto de Bala Lake, no País de Gales.
De acordo com o Mabinogion, Morfran (também chamado Afagddu) era horrivelmente feio, e Ceridwen quis torná-lo sábio. Ela tinha um caldeirão mágico onde podia preparar uma poção que desse sabedoria. A mistura deveria ser cozinhada por um ano e um dia. Morda, um homem cego, mantinha o fogo aceso sob o caldeirão enquanto Gwion, um menino, mexia o conteúdo. As três primeiras gotas do líquido davam sabedoria; o resto, era um veneno letal. Três gotas quentes espirraram na mão de Gwion enquanto ele mexia, queimando-o. Por instinto, o garoto levou a mão à boca e instantaneamente ficou sábio.
Ceridwen perseguiu Gwion. Ele se transformou em um rato; ela virou um gato. Ele virou um peixe e se jogou no rio; ela se transformou numa lontra. Ele virou um passarinho; ela virou um falcão. Finalmente, Gwion se transformou em um simples grão de milho. Ceridwen então se transformou em uma galinha e o comeu. Quando ficou grávida, Ceridwen sabia que era Gwion e resolveu que iria matar a criança ao nascer. No entanto, quando o menino nasceu, era tão bonito que ela não conseguiu fazê-lo. Ao invés, ela jogou-o no mar dentro de um saco de pele de foca. A criança não morreu e foi resgatada numa praia britânica por um príncipe celta chamado Elffin. A criança renascida cresceu e se tornou o lendário bardo Taliesin.
No neopaganismo, Ceridwen faz um papel de deusa no Wicca, seu caldeirão simbolizando o princípio feminino.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceridwen
Percebam que no mito Ceridwen é tanto uma mãe extremosa quanto uma mulher implacável.
Ama seu filho Moffran a ponto de criar para ele uma poção que amenize sua feiura o tornando sábio. Entretanto quando o pequeno Gwion ou Gwidion inadvertidamente bebe as 3 únicas gotas do líquido que poderiam tornar Moffran sábio Ceridwen se transforma em uma verdadeira predadora... A bruxa deixa então de ser benéfica e torna-se maléfica até que finalmente devora o pequeno.
Mas o tiro sai pela culatra e ela se vê grávida, e percebe que quem esta ali é o pequeno Gwidion retornando. Sua intenção continua a mesma, destruí-lo, mas quando este nasce seu instinto maternal fala mais alto e em conflito com seu lado vingativo faz com que desista de matá-lo mas não de abandoná-lo à própria sorte e esta o leva a ser criado por um príncipe celta, Elffin, e tornar-se entõ no maior de todos os bardos...TALIESIN...
Ceridwen como vemos, é um retrato perfeito da mãe natureza; extremosa em amor com os seus filhos e filhas, tudo fazendo por eles, mas insuportável com elementos alienígenas ou que lhe contrariem a vontade.
A Terra quando você age em perfeita sintonia com o meio ambiente funciona de maneira absolutamente perfeita na manutenção da vida mas mexa você com o ecossistema que tudo muda.
Gwidion é o elemento estranho que mexe como o meio em que vive e com isto desperta a ira da grande Deusa. Mas como bebeu da poção, mesmo que inadvertidamente, nem mesmo ela, a Deusa, pode devorá-lo ou seja; destruí-lo, assim ele renasce dela mesma e mesmo rejeitado por esta se torna paradoxalmente no seu mais belo e prodigioso rebento.
Miremos contudo no caldeirão...percebam que é aqui que esta o segredo do mito, a capacidade deste em tornar uma poção naquilo que chamam os antigos... a poção da Sabedoria.
Depois de 1 ano e um dia de preparo esta ficava pronta mas somente 3 gotas poderiam tornar alguém sábio, o restante se tornava um veneno mortal.
A sabedoria transforma uma pessoa em algo sagrado, divino, acima da média humana, mas jamais acima do metrom, ou do limite que comporta um corpo humano, uma mente humana. Assim você pode beber 3 gotas e tornar-se sábio mas se sorveres o caldeirão todo morrerás pois agora é veneno o que bebes.
Nosso corpo como Templo Sagrado comporta a luz divina dentro de si mas só podemos manifestar dela uma centelha, uma fagulha deste sagrado, mais que isto nossos corpos deixariam de ser pois não comportariam tanta luz...assim é com a luz divina em nós; quanto mais ela se manifesta mais devemos brilhar, luzir no mundo para alcançar outros irmãos e irmãs...devemos compartilhar pois o invólucro que é nosso corpo se tentar reter esta luz além do que pode suportar(as 3 gotas) esta luz se tornará veneno ou seja; deixará de ser sabedoria e se tornará em outra coisa...Sabedoria que não é compartilhada torna-se um veneno mortal para quem a possui. Ao invés de curar, sarar, renovar...MATA!
II. A PEDRA QUE CAIU DA FRONTE DE LÚCIFER.
Lúcifer era um dos mais altos e excelsos luminares do céu.
Muitos entendem que ele pareava com o próprio Filho de Deus, estando à mão esquerda do Pai nos céus.
Entretanto é dito que ele caiu de sua graça!
Não sabemos se estamos aqui a falar de um mito com base em fatos literais ou lendários, mas o cerne do mito é que com sua queda ele perde sua graça, e esta graça é metaforizada e simbolizada como a pedra enorme, brilhante de esmeralda que ele trazia incrustada em sua fronte.
Ao cair na Terra esta pedra estilhaça-se em milhares de pedaços sendo que com um deles se faz uma taça que é o santo graal. Quem dela beber pode ter vida eterna, sabedoria plena e tudo o que ela toca floresce e viceja. Onde estariam os demais pedaços? Será que outros objetos míticos foram feitos com eles?
Aqui vemos como no caldeirão que o próprio graal é sagrado em si e sacraliza o que lhe preenche ou lhe toca...mesmo a mais simples água, se colocarmos dentro dele se torna na água da vida. É aqui portanto o graal o objeto da sagração em si...ele e somente ele é o elemento divino do mito.
Caiu da fronte do grande anjo porque este por sua desgraça não podia mais ostentar sua graça original. E assim ao estilhaçar-se ao cair na Terra esta graça se torna um objeto condutor para outros da graça perdida por Lúcifer. Se torna em veículo condutor da energia divina em um mundo carente do despertar em si deste elemento divino.
O verde da esmeralda é uma cor que simboliza bem o contexto vida. A vida floresce, a vida faz nascer, a vida brota...portanto o verde das matas, dos mares contém em si o elemento vida em plena fluorescência.
III. O CÁLICE DE JESUS CRISTO
Na última ceia que participou com seus discípulos Jesus bebeu vinho, e num dos momentos mais dramáticos da literatura bíblica e universal ele usa deste cálice contendo vinho e do pão servido à mesa para instituir a eucaristia(a santa ceia evangélica) uma metáfora e um símbolo de seu próprio sacrifício na cruz.
Depois este mesmo cálice teria sido usado por José de Arimathéia para colher o sangue derramado do Cristo quando seu lado foi furado pela lança de Longinus e seria este sangue sagrado neste cálice que o tornou de fato sagrado.
Contudo há um elemento que pode unir dois mitos do graal em um e dai teríamos tanto um graal sagrado quanto o que ele contém.
Em algumas correntes do mito o mesmo cálice criado com uma fração da esmeralda caída da fronte de Lúcifer, ou sua graça perdida, é o mesmo cálice utilizado por Jesus em sua ceia e por José ao recolher seu sangue na cruz. José então leva este cálice quando parte em missão para a grã bretanha, e posteriormente o coloca em um lugar secreto da mítica ilha de Ávalon onde lá permanece.
Obviamente que quem bebesse, tocasse ou somente visse tal cálice receberia as emanações benéficas das energia divinas contidas nele. Arthur e seus cavaleiros o procuram quando o rei perde sea conexão com a Terra. O rei esta enfermo devido ao que aconteceu entre Lancelot e Guinevere e somente o cálice sagrado pode curá-lo e por consequência a terra através de seu rei. Então os cavaleiros partem em busca dele, entre eles até o próprio Lancelot, pivô de tudo junto com a rainha por quem se apaixonara e esta por ele(ela passa então a amar os dois, rei e cavaleiro)...e são exatamente 3 os cavaleiros, assim como 3 são as gotas de sabedoria que podem ser sorvidas do caldeirão de Ceridwen que tem contatos mais estreitos com ele...LANCELOT...PERCIVAL E GALAHAD...
O primeiro só pode ver o graal e isto denota um nível de iniciação ou sabedoria obtida por seu merecimento.
O segundo toca nele mas não passa disto e assim atinge um outro nível de iniciação e sabedoria.
O terceiro não só o toca mas decifra seu segredo, sua senha de acesso e tem direito a beber dele, o que não o faz já que em verdade foi em busca dele para o rei beber. Estamos aqui diante de um outro nível iniciático e de uma compreensão e aprofundamento na sabedoria divina ainda mais elevados.
Os demais cavaleiros também são iniciados mas num nível bem primário aos destes três já que a própria busca, o caminho em si, é já uma iniciação.
Mas no final é Arthur, o rei ferido e a terra ferida através dele quem se beneficiarão dos efeitos curativos e mais potentes do graal...aqui neste quinto nível de iniciação o humano se torna um com o divino e tudo se faz novo!
IV. O VENTRE DE MARIA MADALENA
Esta parte do mito é o grande melindre da espiritualidade cristã atual.
Entretanto parece não ter sido um problema na Igreja primitiva. Parece que vários grupos surgiram das pregações dos apóstolos e muitos deles entendiam Maria Madalena de forma bem diferente do que interpretamos hoje.
Para boa parte deles, inclusive para o escritor de PISTIS SOPHIA, Maria era o mais eminente e próximo dos discípulos de Jesus e como os 12 um apóstolo.
Pelos termos encontrados em alguns escritos gnósticos pode-se aferir hoje com frases como; "beijo na boca", "companheira do Senhor" que ela seria mais que uma apóstola...ela seria a própria consorte do Cristo.
Isto na vida judaica de então não seria anormal...anormal ao contrário, seria o que a tradição nos impõe: um rabi sem ser casado!
Todavia NUNCA podemos nos esquecer que entre seus atributos mais poderosos estava o contexto REVOLUÇÃO no Cristo e como ser casado era um quesito da tradição e não das leis divinas para que alguém fosse um rabi ele bem pode ter querido em sua condição de solteiro ser um exemplo de algo novo para os seus.
Assim entendemos que a condição de um Jesus casado NÃO ERA improvável, nem impossível aos olhos de Deus, ainda que sendo ele a encarnação deste, como querem os ortodoxos, como pela peculiaridade da personalidade de Jesus o oposto também não seria improvável, ainda que não houvessem rabis solteiros.
Seja como for, nesta corrente de interpretação o graal nada mais é que o ventre de Maria Madalena, o receptáculo que recebe a semente divina do Cristo. O cálice onde se derrama o sêmen divino.
O graal desta forma passa a ser simbolicamente todos os ventres do mundo que concebem...
Não podemos nos esquecer que além de Madalena outro ventre até mais famoso abrigou uma semente considerada divina no mito cristão...Maria Mãe de Jesus...assim para muitos o graal é um ventre sim, mas o ventre de Maria a Virgem de cujas entranhas nasce o Cristo e seus irmãos e irmãs. Estes é que formarão a família de sangue real e não supostos herdeiros de Jesus.
V. A LINHAGEM DE JESUS...
Neste termo estão inferidos dois tipos de linhagem...
Uma lateral e outra direta!
A lateral é aceita pela tradição ortodoxa de duas formas...a Igreja católica entende estes irmãos de Jesus como primos deste ou filhos de um casamento anterior de José. Existe até um apócrifo que defende isto. Portanto Jesus seria o primogênito de Maria não de José. Entretanto esta visão fere a lei de sucessão real. Não sendo o filho mais velho de José(nem em suposição caso José ocultasse de fato sua origem) Jesus não teria direito legal a ser O FILHO DE DAVI, O MESSIAS, e sim seus irmão mais velhos caso a anterior esposa de Jose também fosse uma descendente legal de Davi! Pelo menos diante da lei judaica!
Se todavia estes fossem primos o problema estaria solucionado!
Já outro ramo da tradição ortodoxa, a partir dos reformadores entendem que Jesus é sim o primogênito do casal mas obviamente José seria seu pai postiço ou seja; adotivo, em verdade seu pai é Deus(como creem obviamente os dois ramos mais tradicionais do cristianismo o católico e o ortodoxo). E que após gerar Jesus o casal se relacionou normalmente e Maria teve outros filhos e filhas de José como dá a entender literalmente passagens do evangelho sem exigir contorcionismos interpretativos como é feito pelos que querem perpetuar não só a singularidade do nascimento de Cristo mas do ventre que lhe acolheu e deu a luz.
Alguns entendem que se Jesus não é filho de José não tem direito ao trono....nada mais errado...quem determinava quem era judeu, ou israelita ERA A MÃE, ou seja; a mulher tinha que ser judia ou israelita para que o filho fosse reconhecido como tal...Maria era não só israelita e judia quanto uma descendente direta do rei Davi(a linhagem alternativa de Lucas para José, diferente da de Mateus é reconhecida como sendo em verdade a de Maria)...portanto se a linhagem que define quem é um judeu parte a princípio da mãe, Jesus, mesmo que José não fosse pai carnal dele, mas ao ser reconhecido como este como tal(aceitou sua paternidade postiça), passa a ter direito legal sobre o trono de Davi porque SUA MÃE era uma descendente deste também, assim como José, e só não o seria como dissemos antes, caso a hipotética primeira esposa de José fosse ela também herdeira de Davi o que faria dos supostos irmãos mais velhos de Jesus, herdeiros legais. E mais, Maria poderia ser duplamente sagrada pois poderia conter em si duas linhagens principais; por um lado a real de Davi e por outro a sacerdotal de Aarão, como vemos no fato de ser prima de Isabel, e esta casada com o sacerdote Zacarias. Claro, Isabel poderia não ser uma levita como este, mas uma descendente de Davi casada com um descendente de Levi, mas o mais correto é que em algum período pós exílio, principalmente no período dos sacerdotes macabeus que se tornaram reis, para estes se legitimarem no trono, vários ramos sacerdotais casaram-se com ramos da família de Davi e mesclaram as duas linhagens sagradas; a real e a sacerdotal...Assim tanto Jesus como João Batista poderiam ser descendentes de uma como de outra e os Hasmoneanos ou descendentes dos Macabeus não seriam encarados como usurpadores do trono de Davi como Herodes o foi, ainda que tenha se casado para se legitimar, com uma descendente hasmoneana...seus filhos assim poderiam até ser vistos como regentes legais mas ele não.
Bom, seja o que for, o fato é que existe uma LINHAGEM REAL, DESCENDENTE DE DAVI, e a mesma ou é lateral ou direta à Cristo.
Lateral se parte de seus irmãos e irmãs nascidos de José e Maria, direta se são seus herdeiros quer com Madalena como reza os veios ditos heréticos, que com outra qualquer.
Alguns interpretam inclusive que Madalena seria herdeira de outra linhagem real, a original, anterior a Davi, vinda de Saul...se assim for temos no casamento entre Jesus e Madalena a reconciliação entre as duas linhagens reais escolhidas por Deus para governar seu povo...a que caiu em desgraça com os pecados de seu pai Saul e foi rejeitada por Deus, e a que se perpetuou com os acertos mais que erros - pois seu coração era completamente entregue ao sagrado - de Davi...esta, mesmo tendo perdido o trono com a queda de Jerusalém para Nabucodonozor, continuou sendo o aferidor da medida real para os israelitas e depois judeus pois só pode ser rei de Israel um descendente de Davi!
Portanto os desposinyi ou descendentes de Jesus, ou da família de Jesus, perderam-se nas brumas do tempo e depois do século terceiro parecem ter entrado num ostracismo proposital que escolheram para si diante da mudança de contexto no cristianismo com relação a eles.
Eles passaram a ser vistos como uma ameaça pelo status quo!
Por exemplo, ninguém entende ou explica porque é que Tiago, "o irmão do Senhor", assumiu a liderança da igreja em Jerusalém se o mesmo era tido nos evangelhos como alguém à parte... ele e a família de Jesus em geral NÃO CRIAM NELE, ou seja; não aceitavam sua messianidade, pelo menos não do jeito com que ele a usava e atuava entre o povo. Talvez esperassem outro tipo de atitude mais digamos "real", dele. Mas o fato é que nos evangelhos é dito peremptoriamente que sua família, os seus não criam nele (E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos.
Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.
Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo.
Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.
João 7:2-5). Entretanto aqui aparece em Atos dos apóstolos um homem chamado Tiago, diferenciado do irmão de João que morrera passado a espada por um dos descendentes de Herodes pouco depois da ascensão de Cristo, e que é chamado ao contrário, de irmão do Senhor, e que lidera a Igreja em jerusalém no centro de um triunvirato conjunto a João evangelista e Pedro... ao qual Paulo tem que dar contas quando de sua viagem a Jerusalém.
Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.
Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo.
Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.
João 7:2-5). Entretanto aqui aparece em Atos dos apóstolos um homem chamado Tiago, diferenciado do irmão de João que morrera passado a espada por um dos descendentes de Herodes pouco depois da ascensão de Cristo, e que é chamado ao contrário, de irmão do Senhor, e que lidera a Igreja em jerusalém no centro de um triunvirato conjunto a João evangelista e Pedro... ao qual Paulo tem que dar contas quando de sua viagem a Jerusalém.
Neste ponto percebemos duas coisas...pelo menos dois tipos de cristianismo se originam aqui...apesar de Paulo ter se mostrado aparentemente submisso ao triunvirato e este aceitar a forma de agir do apóstolo, com o tempo vemos que as rosas se tornaram espinhos e vemos Paulo reclamando contra alguns que vieram da parte de Tiago tentar judaizar seus conversos...ali é claramente criada a primeira cisão...uma Igreja liderada por Tiago e outra por Paulo...
Como Tiago teria se alçado assim, sobre os demais apóstolos, ainda mais sendo dito de suas reticências e de sua família quanto ao trabalho de Cristo, se não fossem POR SUAS CARACTERÍSTICAS DINÁSTICAS OU DE SANGUE REAL COM ESTE? Mesmo aceitando que depois da ascensão de Cristo tanto ele quanto seus irmãos e irmãs tenham reconhecido finalmente QUEM era o irmão?
O normal, se nada houvesse de normal em que a linhagem sagrada assumisse a liderança, era que eles entrassem no corpo da Igreja normalmente como qualquer um e galgasse posições dentro dela como todos os demais, por merecimento espiritual e escolha divina...assim o que vemos é o posto...eles chegam e se tornam...os líderes ! E sintomaticamente Tiago, dos irmãos restantes de Jesus...O MAIS VELHO!!! Ou o novo herdeiro ao trono com a morte do irmão! Ou quem sabe, caso o irmão houvesse se casado e tido filhos, o regente dinástico escolhido até que o herdeiro legal tivesse idade para tanto!
Assim parece que quando Cristo morre e ressuscita, sua família finalmente entende que tipo de MESSIAS ELE ERA e finalmente aceita seu legado, e ao aceitar seu legado tornam-se imediatamente e reconhecidamente líderes do movimento de Jesus, acima até de seus apóstolos escolhidos!
E durante um bom tempo vamos ver uma queda de braço entre este grupo de descendentes de Jesus que lideram um tipo de Igreja cristã mais ligada as tradições judaicas e outro, mais liberal, ligado ao ministério de Paulo que incorpora em si, apesar de seu um judeu, muito dos mistérios das grandes religiões de mistério de então...
Depois obviamente vieram outras cisões, acredito que tanto num ramo quanto noutro que deram origem a diversos grupos mas basicamente esta foi a original.
Com o tempo a corrente ligada a Paulo vence a queda de braço, principalmente quando os desposinyi, a linhagem real, perde seu centro de poder, Jerusalém, quando Roma destrói o Templo. A partir de então vão os desposinyi se perdendo nas brumas do tempo e o último relato que é feito sobre eles vem de Eusébio de Cesaréia em meados do século 3.
O que foi feito deles?
Será que se perderam nas brumas do tempo e da mesclagem com outros ramos humanos?
Ou não?
Ou será que, como nos conta o veio oculto, ela permanece ocultada dos olhos profanos porque sabe que a partir do momento que a Igreja rival, a do ramo liberal, assume o controle do império, a existência de um ramo real davídico, implica fatalmente em este ramo real ser reconhecido como governante da Igreja e quiça do Império, e portanto um perigo mortal ao status quo tanto do bispo de Roma de então quanto de Constantino?
E mais...quer seja descendente lateral ou direta de Jesus este ramo parece ligado a profundos mistérios iniciáticos e de ordem espiritual elevada e algum tempo é dito que ele teria governado diretamente um dos reinos cristãos, o dos Francos...eles seriam os merovíngios...descendentes dos filhos e filhas de Madalena e Jesus com um grande barão franco. Depois com a queda desta é dito que subterraneamente a linhagem permanece legalmente oculta mas por baixo dos panos várias seriam as casas reais da Europa que contém em si o sangue ancestral de Davi por casamentos secretos com a linhagem....e que movimentos que com o tempo vieram abalar a fundação do ramo rival como as seitas ditas heréticas como o gnosticismo, o catarismo e os templários, a ascensão do Islã, a divisão entre oriente e ocidente, o surgimento do protestantismo e depois dos evangélicos nada mais foram do que movimentos deles, puxando as cordas por trás dos bastidores contra o ramo rival que na visão deles, deturpou terrivelmente o legado de Jesus Cristo.
E Madalena mesmo se tirássemos o fato de Cristo haver casado com ela poderia continuar sendo a grande matriarca deles pois, digamos que a tradição tenha razão e cristo jamais casou, Madalena poderia ter se caso....com Tiago...o irmão mais velho do Senhor e seu herdeiro legal...e os desposinyi mesmo sendo sobrinhos do Cristo não deixariam de ter a importância que sempre tiveram!
Enfim, relatei acima as 5 principais versões do Santo Graal...
Seja uma ou outra a sua favorita tenha em mente o seguinte:
TODAS ELAS ACENAM PARA UMA SABEDORIA PRIMORDIAL QUE PARECE TER EMANADO DE SI PARA TODOS OS MITOS POSTERIORES OS CONTEXTOS QUE FAZEM DO GRAAL O SIGNIFICATIVO QUE ELE É E CONTÉM...
TODAS ELAS ACENAM PARA O CORPO HUMANO COMO O VERDADEIRO GRAAL E PARA O ESPÍRITO DIVINO EM NÓS COMO O ELEMENTO SAGRADO QUE ELE CONTÉM...
TANTO O GRAAL QUANTO O ESPÍRITO SÃO SAGRADOS!
NESTA VISÃO O GRAAL APESAR DE MATERIAL CONTÉM EM SI O GERME DA ETERNIDADE QUE ESTE ESPÍRITO DIVINO AVIVA E SUTILIZA NELE À MEDIDA QUE O GRAAL O RECEBE...ASSIM HUMANO E DIVINO TORNAM-SE LITERALMENTE...UM...E O MISTÉRIO SE FAZ VIVO!!!
Mesmo lido com a literalidade da letra nos mitos acima se percebe no cerne dos mitos do graal O ESPÍRITO QUE VIVIFICA! Basta querer e ter olhos para ver!
Em Amor e Luz!
Valter Taliesin
VÍDEOS SAGRADOS
TRILHA SONORA DE O CÓDIGO DA VINCI
FONTE YOUTUBE
FONTE DE IMAGENS GOOGLE
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