Este amor animal que alucina...
Este pele com pele que inebria...
Este ir e vir de Leoa e Chacal...
Este tesão dos deuses....
Será tudo isto pecado?
Ou pecado seria a língua ferina,
o olhar de praga, o coração
que maldiz e a mente que
cria delírios de assombração?
Seria o sexo o resultado de
um paladar descontrolado
de nossa Magna Mãe?
Ou seria a mais pura expressão
do próprio Deus em pura Paixão
em Si... Macho e Fêmea?!...
Explosões de carícias, de imagens
e sons intrauterino onde a Fêmea
se contorce alucinada domando
em si a lança que ostenta o
Macho, mas que ela engole,
unta, sorve e lê cada movimento
febril tirando disto tudo até a
assinatura genética da espécie
quando recebe o Soma Divino?
Se um fruto foi comido naquele
dia nefasto então não foi a maçã
mas a pera, formato do útero...
forma que formata as formas das
almas que para cá vem.
Há uma nulidade tremenda em
pessoas que negam A Força da
Energia da Vida quanto há de
patético naquelas que se tornam
títeres da mesma.
Estes extremos absolutos é que
são A Morte de fato.
Perder em si a própria essência
do que te faz vivo é perder a
capacidade de ir mais além...
Quando perdemos nossa
essência perdemos a capacidade
de maravilharmo-nos com cada
faceta da vida incluso aquilo
que chamamos...animal em nós.
A verdadeira espiritualidade não
nega a carne mas usa o melhor que
há nela para sentir a Vida em
sua plenitude... o que ela rejeita
em verdade são os extremos:
a demonização da carne com
um estoicismo radical ou a
banalização da mesma com
um hedonismo sem fim.
Um dos mais belos livros da
Bíblia é uma ode ao animal
em nós... à carne, ao sensorial!
Cantares de Salomão!
E tão belo e poderoso é que em
sua leitura mais profunda, dos
amores do rei por sua amada,
nos fala da própria divindade
em namoro eterno com
a humanidade...
Por isto o sexo de fato é tão,
mas tão sagrado, que no cerne
dele está o mistério supremo
do Espírito unindo-se a Matéria...
A própria razão de Ser de toda
a Criação.
Pax et Lux
Valter Luis
(Taliesin)
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