Linhagens do Santo Graal
04. Dinastia dos Carolíngios
CARLOS DE MARTEL e não CARLOS MAGNO é que dá nome a esta grande e mítica dinastia que substituiu (usurpou talvez fosse o termo correto) no trono de França a lendária dinastia dos Merovíngios. Entretanto segundo o escritor, genealogista e membro da sociedade de antiquários da Escócia, Laurence Gardner, mais especificamente nos gráficos que fez das dinastias em seus livros , os carolíngios são tão parte da Linhagem Sagrada quanto os merovíngios. Apenas que de outro ramo.
Oficialmente o que sabemos é que os carolíngios assumiram a função de Prefeito do Palácio, uma espécie de primeiro ministro ou grão vizir dos reis merovíngios. Estes últimos com o passar dos anos mais e mais se foram fazendo e se tornando mais cerimoniais que qualquer coisa, deixando o governo de fato nas mãos dos carolíngios. Bem, não tardou muito e claro, deu no que deu. Os carolíngios deram o golpe, aparentemente matando o último merovíngio sem filhos. Entretanto a história é que um membro homem da linhagem perdurou oculto dando sequência à linhagem enquanto o controlo do reino se firmava nas mãos dos carolíngios.
Por mais de dois séculos os carolíngios dominaram a França e boa parte da Europa. A crítica contudo que se faz à eles, mais contundente até que a usurpação ao ramo principal, é que diferente dos merovíngios que eram grandes reis sagrados per si, os carolíngios foram feitos pela Igreja Romana! Isto mesmo! Roma sabendo da importância da linhagem mas querendo mantê-la sobre seu controlo, coisa que não tinha plenamente com os merovíngios, ela comprou os carolíngios com a promessa de legitimação no trono e como linhagem principal, se dessem um fim na linhagem irmã à qual serviam e que por fim atraiçoaram. Carlos Magno a mais célebre figura desta dinastia foi o primeiro imperador consagrado por Roma do Ocidente(mas não foi ele mas seu pai quem traiu os merovíngios e foi consagrado rei pelo papa) desde a queda oficial do império 300 anos antes!
Interessante que tanto Carlos Magno quanto Carlos de Martel o fundador oficial da dinastia(avô de Magno) trazem em si elementos de um outro grande membro da linhagem... Arthur Pendragon... O Grande Rei Mítico da Grã-Bretanha! Martel se afigura semelhante como figura do grande guerreiro e comandante que freia o avanço do grande inimigo sobre o reino e depois como grande estadista... Martel frente aos mouros e Arthur frente aos saxões. Magno se assemelha como figura do Grande Rei soberano de uma era dourada. Assim como com Arthur lendas foram tecidas em torno de sua corte onde Rolando exercia o mesmo papel que Lancelot .
Os carolíngios contudo foram apesar disto grandes incentivadores da linhagem quando permitem a existência e dão todo apoio ao reino de Septmania, considerado o grande “reino judaico” após o fim de Israel definitivamente como nação nas mãos do imperador Adriano por ocasião da revolta de Bar Kokhba. Os governantes de Septimania eram também carolíngios mas pelo que os estudiosos escrevem tinham uma verve cultural profundamente judaica apesar de nominalmente cristãos. No reino inclusive a comunidade judaica era extremamente privilegiada, coisa nada normal na Europa daqueles tempos e de certa forma até hoje.
As vertentes da Linhagem do Santo Graal não primam em si obrigatoriamente pelo mesmo espírito que ia em Yeshua, em Madalena, em Tiago, em Maria Mãe, em José Pai...no contexto geral sim, imagina-se que eles detém não só o segredo do sangue mas o segredo documental que poderia supostamente abalar as estruturas do mundo ocidental. Entretanto não podemos afirmar que espiritualmente todos os ramos da Linhagem seguem as diretrizes que norteavam a vida do Grande Mestre dos Mestres ou dos melhores exemplos da linhagem! Mesmo Salomão o descendente imediato a Davi “pisou na bola” no fim da vida(depois de uma das vidas mais míticas e grandiosas já registradas) e outros imediatamente seguintes até piores foram; já outros não, seguiam os passos de Davi(quando isto acontecia era dito: “fez o que era bom perante o Senhor... segundo o seu pai Davi”, ou se nem tanto... “contudo não como seu pai Davi”. O Grande Rei fundador da Linhagem do Santo Graal teve grandes defeitos mas sua sinceridade, devoção e amor ao Sagrado ao Divino era tanto que seus erros foram completamente relevados e se tornou o mais perfeito sinônimo de Rei-Sacerdote-Profeta que já existiu! Assim... no correr deste pequeno estudo que faço aqui já algumas semanas, da Linhagem, veremos ramos que se apostataram tanto mas tanto dos ideais do Graal que se tornaram sinônimos de anti-tradição! Isto mesmo! Se tornaram representantes do contexto nefasto do mito! Ou anticrístico! Separar o joio do trigo quando se estuda a Linhagem Sagrada é salutar se não quiser cometer o terrível pecado da generalização, quando se considera, olhando só os péssimos exemplos, a tida Linhagem como pervertida ou nefasta; ou o não menos terrível erro da inocência contumaz quando se acha que todos por partilharem o real sangue, são todos divinos ou no mínimo propensos à santidade. Não é tudo tão preto no branco assim! E o exemplo dos carolíngios... primeiro servindo o Graal, depois traindo o ramo principal, e depois ajudando a preservar o mito, o ideal e a mística com a criação do reino messiânico da Septimania mostra que luz e trevas caminham juntas com igual intensidade dentro do veio oculto e que assim como em qualquer contexto humano, há que haver ESCOLHA SAGRADA... individual e coletiva se realmente se quiser preservar de fato a sacralidade e a divindade/humanidade perfeita latente no DNA das grandes entidades como YESHUA HAMASHIACH!
O legado do Santo Graal mais que distinção sanguínea é distinção espiritual! Se não há isto! O legado sanguíneo não vale de nada!
Pax et Lux
Valter Luis (Taliesin)
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