Eu quero a completude não tanto a perfeição.
A completude implica aceitar-se plenamente…
com glórias e andrajos…
A perfeição implica algo ideal… nem sempre um
ideal da alma mas geralmente um ideal projetado
de fora para dentro… como um carimbo…uma
marca… um selo de qualidade de outrem sobre
nós…de valoração terciária sobre questões globais
ou de foro íntimo.
Pelo menos o consenso do que apresentam neste mundo como perfeito…
Em um nível superior com certeza são, como dizem os dicionários…sinônimas, porque supõem-se que em nível superior a completude se refira a qualidades supremas que nos levam a perfeição ideal…do que supõem-se um humano perfeito e inerrante. Mas num nível mais terreno a completude é tudo o que sou… de luz e trevas… tudo o que me faz humano; e se no nível superior a completude leva à perfeição do ideal neste ela leva à perfeição do humano enquanto humano terreno.
Se há que comparar seria uma perfeição não idealizada mas uma que defina a integralidade humana em todo o seu drama existencial…um perfeito humano em tudo aquilo que implique o ser cá…aqui…agora na terra…
Mas seria errado desejar o perfeito enquanto conceito de ideal?
Obviamente que não!
Mas errado seria não se perceber que não se chega a termo algum rejeitando o que há e se entende por ruim em si, não desculpando mau feitios, mas compreendendo que sem o perdão pleno a si… de si para tudo e todos naquilo que falho se é e crescimento na compreensão do melhor a si e aos demais não há possibilidade de melhora ou mudança alguma. Aqui obviamente calha de que se tenha humildade e sensibilidade para perceber e discriminar o que realmente é o melhor a si e aos demais sem aferir-se juiz de gostos, consciências e gerência de etiquetas.
Assim o ideal basicamente não é imposto qual “marca dos eleitos” mas age como um norte tão somente para lapidar-se no melhor e completo que se possa ser com acertos e erros...
Talvez o humano nunca venha a ser completo e perfeito no sentido de inerrância… talvez a probabilidade é que isto se de no sentido de absoluta tolerância e relevação per si e de si para os demais.
Provavelmente seja por isto que Paulo nos disse que “cobre O Amor uma multidão de pecados” ou seja; quem muito realmente se ama, ama a humanidade, à todos os seres vivos e sobretudo o divino em tudo presente perdoa-se e perdoa erros, abre-se à novas possibilidades de ser O Ser e nunca deixa de perceber na completude do amor e do recomeço através do perdão e abertura de mente à verdadeira essência da perfeição enquanto ideal que é:
NOS TORNARMOS AMANTES PLENOS...
Pax et Lux
Valter Luis (Taliesin)